Mais famoso trekking da Patagônia, o Parque Nacional Torres del Paine, no extremo sul do Chile, tem montanhas, glaciares, florestas, vales e vistas abusadamente espetaculares. E é possível se aventurar por todo o cenário sem abrir mão do conforto e da boa vida, endêmicos nessa região do país por conta de hotéis que se integram perfeitamente à paisagem
texto e fotos paulo vieira*
Um velho slogan publicitário inspirado num poema de Drummond diz ser Minas “palavra abissal”. Pode-se invocar a definição também para a Patagônia. Mas, se para o poeta mineiro, “as montanhas escondem”, na vastidão patagônica elas talvez revelem. Não há uma, mas uma miríade de Patagônias, todas elas com a marca da natureza. Destino mais famoso da região e um dos trekkings mais conhecidos do mundo, o Parque Nacional Torres del Paine, onde o Chile quase vira Polo Sul, é um playground natural. As torres irmãs de granito que dão nome ao lugar, guarnecidas por um lago cristalino, são a meta de um dia inteiro de caminhada – mas o parque oferece circuitos que podem tomar uma semana e meia de marcha, com pernoite em refúgios. Glaciares que desprendem blocos de gelo impressionantemente azuis, florestas, vales e vistas espetaculares esperam o visitante, além dos muitos guanacos – sorte de lhama patagônica – que ali vivem soltos, e pumas, felinos bem mais difíceis de encontrar (o que não deixa de ser uma vantagem). Uma das grandes opções de hospedagem é o hotel Tierra Patagonia, com projeto arquitetônico que se integra ao entorno sem perder o conforto jamais e que ostenta o time de guias com know-how máximo da região – peça para ser conduzido pelo Markito Ojeda. O lugar já é exuberante e estupendo por si só, mas o visitante ainda pode fazer uma dobradinha com o famoso glaciar Perito Moreno, em El Calafate, na Argentina, a apenas 250 quilômetros dali.