Ela fez barulho na quarentena com suas lives solidárias em prol de hospitais do Maranhão, sua terra natal, do Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro, entre outros. Aos 72 anos e com quase 50 de carreira, Alcione não vê a hora de voltar aos palcos para apresentar o recém-lançado Tijolo por Tijolo, o primeiro trabalho com canções inéditas em sete anos. Em compasso de espera para rodar o país com a nova turnê, ela revela o desejo de fazer um show para Denzel Washington, conta que já passou aviãozinho com declaração de amor e que dá seus recados em cima do palco. Tem como não virar a cabeça com essa mulher? por Fernanda Grilo
J.P: Alcione sem as suas unhas seria…?
ALCIONE: Não seria Alcione, me sentiria despida. E não gosto de nudes.
J.P: Uma extravagância?
ALCIONE: Já sou uma mulher extravagante, não acha?
J.P: Para quem faria um show particular?
ALCIONE: Para um bofe bem lindo, tipo Denzel Washington.
J.P: Qual música cansou de cantar?
ALCIONE: Adoro cantar meus hits. Só me lembro de ter certa implicância com “Tristeza”. Quase perdi uma turnê no Japão porque insistiam que eu a colocasse no repertório. Passei anos negando os pedidos, até que desistiram, e fui.
J.P: Como se sentiu fazendo uma live, um show sem plateia?
ALCIONE: É uma forma de “encontrar” com as pessoas. Estou ávida por cantar e conversar com os fãs. Acho uma iniciativa saudável e uma solução para este momento.
J.P: Remédio para dor de cotovelo?
ALCIONE: Tem gente que vai aos meus shows exorcizar emoções. Cantar é um ótimo remédio para qualquer dor e é quando aproveito para mandar meus recados…
J.P: Maior loucura que fez por amor?
ALCIONE: Ah, já fiz muitas… até mandar passar aviãozinho com declarações.
J.P: Com o que gasta o seu dinheiro?
ALCIONE: Para cuidar de mim e dos meus. Nada de ostentações.
J.P: O que mudaria em você, se pudesse?
ALCIONE: Teria aderido mais cedo aos preceitos da espiritualidade. Ela me trouxe mais paciência e tranquilidade no trato com as pessoas e situações. Mas não tô fazendo vestibular pra santa não, tá?
J.P: Como é envelhecer?
ALCIONE: A velhice não traz apenas cabelos brancos, mas a fundamental maturidade. O importante é estar ativa, ser saudável e ter qualidade de vida.
J.P: Ser uma mulher que sempre quebrou tabus é…?
ALCIONE: Fui educada para ser independente. Meus pais me ensinaram que não nascemos com chicotes nas costas, e não deveríamos depender de homem nenhum para sobreviver.
J.P: O que é feminismo para você?
ALCIONE: Nós, mulheres, não queremos ser iguais aos homens. Queremos, sim, igualdade de direitos.
J.P: O que vira a sua cabeça?
ALCIONE: A preocupação com o planeta. Estamos em um momento crítico, uma guerra contra um vírus que mal conhecemos.
J.P: Qual é o seu sentimento mais presente nessa quarentena?
ALCIONE: Que tudo passa, e essa pandemia não será diferente. Tenho elevado meus pensamentos a Deus, rezado pelos meus e pelas famílias de todo o planeta, que está sendo assolado por esse vírus. Depois que anoitece , tudo tem que clarear.
J.P: Uma frase?
ALCIONE: Não há mal que dure para sempre.
J.P: Qual comida te faz quebrar a dieta?
ALCIONE: A comida da minha terra, o Maranhão, é de comer rezando.
J.P: O que nunca dizer para outra pessoa?
ALCIONE: Sou muito sincera, mas nem tudo se deve dizer. Por educação ou questões humanitárias.
J.P:Do que se arrepende?
ALCIONE: Arrependimentos são bons para não incorrermos nos mesmos erros. Do contrário, melhor esquecê-los.
J.P: Como gostaria de morrer?
ALCIONE: Em paz…
J.P: Quando você mente?
ALCIONE: Nunca!