Edu Sterblitch sobre o papelão dos torcedores brasileiros na Rússia: “Têm pessoas que precisam apanhar pra aprender”

Eduardo Sterblitch e os torcedores brasileiros na Rússia || Créditos: Reprodução/ Instagram

Glamurama encontrou com Eduardo Sterblitch na plateia de “Ícaro And The Black Stars”, no Rio, espetáculo estrelado por Ícaro Silva com um pot-pourri de megahits da black music. “Fiquei empolgado porque é muito bom. Estou orgulhoso dele, que é meu amigo. Foi inspirador… Lembrarei pra sempre”. Hum, mas você também canta. Não se anima para algo parecido? “Não, é diferente. Ele canta de verdade, pô! Eu só fio zoando”.

A que Edu tem se dedicado? “Tem mais uma temporada de ‘Amor e Sexo’ [programa de Fernanda Lima em que ele atua no elenco fixo], vamos fazer mais um ‘Tá no Ar’ [humorístico da Globo], estreio em setembro o filme do Chacrinha e ainda estou com uma peça”. Sobre rumores de que estaria tentando emplacar uma atração infantil na emissora… “Tenho projetos de programas infantis, mas não apresentei nada pra Globo, não”.

Aproveitamos para perguntar como ele analisa essa mudança na forma de fazer humor no Brasil – e no mundo. Por que, por exemplo, o “Pânico”, programa que o lançou e fazia brincadeiras de gosto duvidoso com meninas de biquíni e piadas às vezes consideradas agressivas com famosos, se esgotou e saiu do ar? “Porque as pessoas estão reaprendendo a fazer piada. Tem muita gente se colocando, dizendo que fica triste com aquele tipo de piada. As pessoas estão se descobrindo machistas, misóginas, racistas… É uma evolução do humor. Acho, sim, que algumas piadas não têm mais graça. Tem que fazer uma piada bem melhor. Ser humorista hoje é mais difícil do que era antes”.

E as “brincadeiras” de mau gosto, como o episódio envolvendo os torcedores brasileiros na Copa da Rússia [um grupo de homens aparece em um vídeo com uma ‘gringa’ – que parece não entender nada – fazendo piada com forte apelo sexual]? “Isso é triste… Pra você ver: é uma parada machista e escro$% que está no sangue. Eles fazem sem perceber. É natural. Quando você vê que uma situação dessa é natural, percebe o quão preocupante é. Mas é importante ver que quando alguém faz uma mer%@, muita gente vai e bate nessa mer%@, mostra que é uma mer%@ e muita gente aprende. Ou você aprende pelo amor ou pela dor. Tem gente que é muito inteligente e aprende naturalmente por osmose, e evolui por osmose. E tem pessoas que precisam apanhar para aprender. Apanhar que eu digo é sofrer uma questão social dessas que esses moleques estão sofrendo… Acabou a vida desses moleques. Realmente olha só que absurdo e que infantil! São crianças ruins. É bem louco, nojento, esquisito…”

E como é esse limite entre a patrulha do politicamente correto e do que é de fato ofensivo e proibitivo? “Tem que ser mais engraçado do que polêmico… Se é mais engraçado que polêmico, é engraçado. Se é mais polêmico que engraçado, é so uma pilha, pode se tornar uma agressão. Se você se preocupar com a comédia, com o humor, com o resultado final daquilo sem vitimar ninguém… Acho que o alvo da piada pode ser a própria pessoa que faz a piada. Não precisa agredir uma outra pessoa, isso é sem graça. Você pode se agredir, agredir algum aspecto seu ou do ser humano em geral… Mas dessa forma rasa, imbecil e mesquinha é bem louco”. (por Michelle Licory)

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