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Bruna se mudou para São Paulo e começou a carreira na Netflix / Crédito: Instagram
Bruna se mudou para São Paulo e começou a carreira na Netflix / Crédito: Instagram

Bruna Mascarenhas estreou com tudo. A atriz de 23 anos é um dos destaques de “Sintonia”, da Netflix, em que interpreta Rita, e viu sua vida  – tanto a real quanto a virtual – mudar completamente. Depois da estreia da série no início de agosto, o seu perfil no Instagram, por exemplo, saltou de três para 700 mil seguidores. Além disso, ela está em processo de adaptação à rotina paulistana, já que recentemente deixou o Rio de Janeiro para tentar a carreira por aqui, o que deu certo. Mas esse não foi o único motivo que fez com que Bruna decidisse sair da sua cidade natal. “O Rio está sofrendo muito, e é um lugar tão bonito, tão legal. O jeito como eles lidam com a segurança pública lá é chocante, e por mais que em São Paulo também tenha assalto e violência, me sinto mais segura”, disse.

Glamurama bateu um papo com Bruna que falou ainda sobre o processo de criação de Rita, a diferença do funk paulista para o carioca e dessas duas realidades. (por Jaquelini Cornachioni)

Glamurama: Seu Instagram teve um salto enorme de seguidores desde a estreia de “Sintonia”. Isso te assusta?
Bruna Mascarenhas: Não imaginei que seria tão rápido. Eu tinha três mil seguidores, e agora estou com mais de 700 mil. Na rua, as pessoas não reconheciam muito no início. É que eu e a Rita temos algumas diferenças no cabelo, no jeito. Mas agora isso está começando a acontecer. Acredito que o mais importante nesse momento é manter os pés no chão. Entendo que isso é só uma fase e que vai passar. Preciso aproveitar ao máximo, claro, mas não me deslumbrar demais.

G: Já se acostumou com a rotina de São Paulo?
B: Já e estou apaixonada por São Paulo. Tenho vários amigos aqui, alguns que eu já conhecia e que são como família. Sempre ouvi dizer que o pessoal de São Paulo era frio, mas não consigo ver dessa forma. Criei tantos laços por aqui.

G: Como você vê essa fase atual do Rio de Janeiro, sua cidade natal?
B: O Rio está sofrendo muito, e é um lugar tão bonito, tão legal. O jeito como eles lidam com a segurança pública lá é chocante, e por mais que em São Paulo também tenha assalto e violência, eu me sinto mais segura. Esse foi um dos motivos que me fez mudar. Acredito que pelo Rio de Janeiro ser um lugar pequeno, a violência é mais concentrada, acontece mais. Só que também tem um lado positivo. Lá, não tem como você não olhar para as comunidades, elas estão ao seu redor, e você percebe essa diferença social e pode enxergar essa realidade. Já em São Paulo, algumas pessoas nunca passaram por uma favela, e nunca vão precisar passar, não sabem como aquelas pessoas vivem. Mesmo assim, eu acho São Paulo uma cidade com pessoas mais tolerantes, com mais empatia pela vida do outro. Elas entendem que, muitas vezes, foi o sistema que colocou a pessoa naquela situação, ela não teve opção.

G: Por mais que “Sintonia” aborde o funk paulista, não tem como negar que o berço do estilo é o Rio. Você gosta?
B: Cresci ouvindo Bonde do Tigrão! Para ser sincera, não conhecia muito o funk paulista, principalmente no início do estilo ostentação. Eu acho o estilo carioca bem específico, fala bastante sobre a realidade dos moradores, a violência, a favela. Mas agora o funk de São Paulo tá bombando. E adoro as músicas, só não é algo que eu escuto todos os dias, sabe?

G: Falando na série, a Rita, sua personagem, é forte e independente. A sua experiência de vida tem semelhanças com a dela? Em que momento a realidade de vocês duas se encontra?
B: Bem, eu não sou da quebrada e, diferente dela, tenho uma boa estrutura familiar. Mas a coragem e a força de vontade de lutar pelo o que acredita é o que nos aproxima. Quando saí do Rio, a minha família me deu apoio, mas todos ficaram muito preocupados, e ouvi apenas a minha intuição e fé. Tenho muita fé no universo, na vida. Pode demorar anos, mas o que está marcado para ser seu, simplesmente será seu.

G: Você disse que teve pouco tempo para elaborar a personagem. Como conseguiu entrar na realidade da Rita?
B: Como eu entrei com o bonde andando, não consegui visitar as comunidades que o restante do elenco visitou. Então eu assistia a filmes e procurava sempre analisar as pessoas na rua, a situação real de São Paulo no dia a dia, além de ir a algumas igrejas evangélicas para ajudar nessa construção.

G: Como surgiu o seu desejo de se tornar atriz? Você é formada em Artes Cênicas, ou seja, já tinha isso em mente há um tempo?
B: É engraçado porque, quando eu era pequena, sonhava em ser professora e atriz, cantora e atriz. Sempre tive esse sonho de artes cênicas dentro de mim, por mais que também pensasse em outras profissões ao mesmo tempo. Antes de me tornar atriz, fiz balé clássico e, aos 16, entrei para o teatro e foi amor à primeira vista. Nessa época, fiz de tudo um pouco, desde peças até trabalhar na área de Cultura da Prefeitura de Maricá. Também entrei para a faculdade e para uma companhia de teatro que me ajudou muito, me fez entrar em contato com a espiritualidade, feminismo, a umbanda.

G: E como surgiu a oportunidade na Netflix?
B: Eu cheguei a São Paulo no inverno deste ano, e um amigo me indicou para um teste. Até então eu estava trabalhando em um restaurante e queria trabalhar em cinema e televisão. Além disso, eu pesquisava cursos e tentava me manter em uma rotina parecida com a que eu tenho no Rio, mas foi tudo muito rápido. Eu fiz o teste num dia, no outro já estava assinando contrato e depois me preparando para a série.

G: Foi uma surpresa?
B: Sim, foi um baque, era tudo muito novo. Eu comecei a fazer fono poucos dias depois que assinei o contrato para perder o sotaque carioca. Também peguei o carro andando e tive duas semanas para montar a personagem. Foi pouco tempo. Mas, quando eu entro num trabalho, eu me jogo de cabeça.

G: Ficou com medo em algum momento?
B: Claro, principalmente por conta do sotaque. Quando cheguei, eu era muito carioca, e falava de um jeito bem carregado. Fiz muita fono para conseguir amenizar isso. Na primeira semana, gravei uma cena teste e fiquei super insegura, comecei a chorar por achar que não conseguiria. Mas tanto os produtores, como o elenco me ajudaram demais. Várias vezes durante a noite eu entrava em contato com o João Pedro e perguntava como se falava algumas palavras com o sotaque de São Paulo. No fim, desenvolvi uma amizade maravilhosa com todos.

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