A temporada de ‘Malhação: Viva a Diferença’ está sendo reprisada na Globo e quem acompanha a novela teen sabe que Tina, personagem de Ana Hikari, está vivendo uma fase conturbada desde que começou o romance com Anderson (Juan Paiva) e precisou enfrentar sua mãe que faz de tudo para impedir o relacionamento. Além disso, na série original Globoplay, ‘As Five’, que mostra a vida do quinteto anos depois, Tina está casada com Anderson, mas o relacionamento anda passando por maus bocados após a morte de Mitsuko (Lina Agifu), já que a jovem não consegue processar a perda da mãe. Em entrevista, Ana Hikari relembrou a fase da personagem e comenta a trajetória de Tina até chegada da série, seis anos depois e a transição da personagem da vida adolescente para a vida adulta que pode ser conferida em ‘As Five’.
Como foi viver o momento atual da Tina?
Ana Hikari: Foi um ritmo de gravações muito intensa, porque as cenas do acidente e do hospital eram de fortes emoções entre todos. Ao mesmo tempo foi uma fase muito legal porque tinham cenas com muita gente do elenco, e eu amava gravar com o núcleo da família da Ellen (Heslaine Vieira). A Ju Colombo (Das Dores) e a Roberta Santiago (Nena) são atrizes incríveis e muito generosas que criaram um clima lindo para a família Rodrigues. Na época gravamos as cenas no período do Natal e estávamos todos juntos ali como uma família. Foi muito simbólico.
Durante o período de seis anos que se passa entre a vida da personagem na novela e na série, Tina e Anderson ficam juntos. Todo o sofrimento para confrontar Mitsuko valeu a pena? Como você enxerga esse embate entre mãe e filha e de que forma a relação das duas se manteve ao longo desses anos de relacionamento do casal?
Ana Hikari: Eu acredito que tudo que o casal passou em ‘Malhação: Viva a Diferença’ valeu a pena porque eles conquistaram o que queriam: trabalhar com produção musical e morar juntos. Eles sempre se amaram muito e enfrentaram todas as dificuldades juntos. E, depois de anos, acho que a mãe continuou com o controle excessivo na vida da filha, mas de maneira diferente. Fica muito evidente na série que a mãe ainda exercia algum tipo de influência na vida da Tina.
Qual a sensação de interpretar a mesma personagem, sob outra perspectiva, e um certo tempo depois?
Ana Hikari: Essa série foi um desafio para mim como atriz porque é a mesma personagem, mas muito diferente do que ela era. Esse período da vida é muito cheio de mudanças, então, para fazer a personagem hoje tive que trazer todas essas transformações. Em especial porque a Tina passou por uma das maiores transições para a vida adulta: a morte da mãe. São sentimentos e sensações complexas para levar para as cenas e conseguir construir essa personagem adulta.
Como foi o trabalho de composição para a série? E qual o maior desafio?
Ana Hikari: Eu me aprofundei muito nas sensações que o texto trazia para entender, através das situações, quem é essa nova Tina. É muito mais sobre sentir como ela reagiria do que pensar racionalmente para fazer a cena. Eu utilizei músicas como disparadores para o meu processo de interpretação. O maior desafio foi me distanciar da Tina adolescente. Algumas ações que ela faria na época da novela não cabem mais na trama da série e são escolhas que eu, como atriz, fiz em cena. Ficava me observando para conseguir trazer a personagem para um registro mais adulto.
O que mudou na personagem nos seis anos que se passaram?
Ana Hikari: Ela está mais independente do que antes, ainda é sonhadora, mas está concretizando mais os seus objetivos. Ela passa por um momento difícil, porque perdeu a mãe, mas não está sabendo lidar com o sofrimento. Ela não quer aceitar a dor e tenta fugir de todas as maneiras, através de festas, drogas, relações… E a fuga só faz ela sofrer mais.
O que acha dessa oportunidade de ter as duas produções disponíveis para o público ao mesmo tempo? Como os fãs têm reagido a isso?
Ana Hikari: É lindo e um privilégio imenso. Infelizmente o momento que estamos vivendo é muito difícil, mas nos sentimos honradas de terem escolhido ‘Malhação: Viva a Diferença’ para fazer companhia ao público. Foi bom porque trouxe à tona temas importantíssimos e pescou o público de volta para a trama dessas amigas, despertando ainda mais a curiosidade das pessoas para a série. Acho que o público tem gostado bastante. Até para comparar as situações das duas histórias, fica divertido.