Machista, abusivo, manipulador e tóxico. É assim que o personagem de Bruno Fagundes em “Cara e Coragem” é definido pelo público e pelo próprio ator. No ar como Renan na novela das 19h da Globo, o ator diz que o dançarino é alguém “indefensável”, afinal, ele tem colecionado uma lista de vacilos na trama.
Na novela, Renan namora Lou (Vitoria Bohn), com quem mantém um relacionamento abusivo. Nos últimos capítulos que foram ao ar, ele chegou a manter a namorada em cárcere privado, trancando-a e levando consigo as chaves e o celular da própria Lou. Quando tudo foi resolvido e ela conseguiu sair do local, ele reverteu a situação e conseguiu fazê-la parecer culpada.
“Ouço muitos relatos de mulheres, principalmente jovens, que se identificam, já conviveram com pessoas assim”
Ao GLMRM, o filho de Antonio Fagundes revela que tem ouvido muitos relatos de mulheres que assistem à novela e acabaram se identificando com as situações que a história retrata: “Muitos relatos de mulheres, principalmente jovens, falam que se identificam e que já viram essa personalidade, já conviveram com pessoas assim”.
Sobre as cenas com Vitoria Bohn, Bruno conta como eles trabalham para conseguir passar a tensão que cada momento da trama permite. “Queremos deixar com raiva, indignação, mas sem, obviamente, deixar a personagem dela burra. E sem o cara [Renan] ser violento gratuitamente”, explica.
Renan terá uma redenção?
Quem assiste “Cara e Coragem” não tem como não sentir raiva do vilão ao vê-lo maltratando a namorada e a forma como consegue sair sempre como vítima das situações. Bruno não espera que seu personagem tenha uma “redenção” e nem que mude de personalidade.
“Ele tem que pagar pelo que faz, afinal, ele é um crápula. É um dos personagens mais complexos que já fiz na vida. Acho que uma pessoa assim não muda, mas de alguma forma ele precisa aprender uma lição”, diz.
Bruno não pode adiantar muito do que ainda vem por aí pro personagem, só entrega que o martírio de Lou ainda vai demorar: “O que eu sei é que a Lou vai sofrer, viu? Ainda vai sofrer mais um pouquinho – e terão outras vítimas também”.