Talentos e reflexões: Uma conversa com Julia Konrad

Julia Konrad, uma artista multifacetada e feminista, nasceu em Recife e desde cedo mostrou talento nas artes. Com apenas 33 anos, acumula uma carreira de sucesso na TV, cinema e teatro, destacando-se por sua habilidade em atuar em três línguas diferentes. Sua formação na “American Musical and Dramatic Academy”, em Nova Iorque, contribuiu para sua dupla fluência, adquirida também durante sua estadia na Argentina.

Como atriz, Julia esteve presente em diversas produções de destaque, como “Malhação: Seu Lugar no Mundo” e “O Sétimo Guardião”, demonstrando versatilidade em papéis em diferentes idiomas. Atualmente, participa de três produções onde fala inglês, espanhol e português: “Rio Connection”, “Dom” e “Cidade Invisível”.

Seu papel em “Cidade Invisível”, como Gabriela, uma ativista ambiental, foi especialmente notável. Em “Dom”, interpreta Paloma, e em “Rio Connection”, é Mila, em uma história baseada em eventos reais sobre tráfico de drogas.

Além de sua carreira artística, Julia é ativa nas redes sociais, onde defende questões como feminismo e saúde feminina, engajando-se em projetos como a Associação de Mulheres de Paraisópolis e o Fluxo Sem Tabu, uma ONG que combate a pobreza menstrual. Seu compromisso com a arte e a causa feminista a torna uma figura inspiradora e influente.

O bate-papo do GLMRM com Julia Konrad revela a essência de uma artista versátil: cantora, atriz e defensora das causas femininas. Confira suas reflexões sobre sua arte e seus diversos papéis em produções recentes:

 

Você é uma artista de multitalentos, canta, atua, se posiciona em causas femininas, como define sua arte? Há alguma área que goste mais de atuar?

Olha, volta e meia me perguntam algo parecido e ainda não sei a resposta, haha. Não tem muito uma definição, nem uma área específica que eu goste mais particularmente. É sobre momentos, o que me chama no momento, o que sinto que posso ter algo a falar, algo a agregar.

 

Como é sua personagem no longa “Câncer com Ascendente em Virgem”? E como foi gravar com elenco que tem Marieta Severo? Vocês já haviam trabalhado juntas?

O elenco é realmente sonhado, e a equipe da Rosane também. Com Marieta foi a primeira vez que trabalhamos juntas, dividimos algumas cenas, uma artista generosa demais, e um acontecimento. No longa, faço uma médica, cirurgiã plástica, atual mulher do ex marido da personagem da Suzi Pires.

 

Em destaque em vários trabalhos no streaming, como classifica sua trajetória de carreira até aqui?

Eclética? Haha. É muito louco porque, apesar de que cada um desenhe ou planeje um certo caminho para sua carreira, ela vai te levando também. Já fiz um pouco de tudo, novela, cinema, série, teatro, e todas as experiências foram muito enriquecedoras. Especificamente falando de streaming, é um meio que abre a possibilidade de chegar em vários outros países. DOM, por exemplo, foi muito popular na Índia. É muito louco pensar que do outro lado do mundo estão te assistindo.

Recentemente, você escreveu uma carta aberta sobre a decisão de não ser mãe, como foi esse processo de decisão, e como está sendo a repercussão? 

O processo foi muito orgânico, para ser sincera, foi algo que foi elaborado durante muito tempo, principalmente em terapia. E a repercussão tem sido muito bacana, recebi mensagens de mulheres que compartilham das mesmas questões, outras que já são mães e dividiram um pouco das suas experiências também. É realmente incrível a rede que se forma quando externamos nossas dores, anseios, preocupações, sonhos, ambições… Se enxergar em outra pessoa é algo poderoso.

 

Recentemente, você atuou na série em Rio Connection, na qual atua em inglês e com atores nacionais e internacionais, como foi a construção da personagem e os bastidores das gravações?

Rio Connection foi um projeto delicioso, uma pequena Torre de Babel. Éramos um elenco internacional, gravamos durante alguns meses no Rio de Janeiro, ficamos muito próximos durante o processo. A construção da personagem se deu da mesma forma que se dá sempre, rs, muito estudo e preparação para na hora da cena, esquecer de tudo e só se divertir.

Fotos: Jorge Bispo

 

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