Selton Melo concluiu um novo desafio: deu vida a Nelson França, um detetive particular e deficiente visual que ajuda a polícia a prender um perigoso serial killer. Décadas depois, quando já está aposentado, o criminoso faz uma nova vítima e a partir daí inicia-se uma nova perseguição recheada de suspense e aventura. Ah, sim, tudo isso usando apenas sua voz…
O enredo faz parte da primeira áudio série brasileira do Spotify, “França e o Labirinto”, que chega com 13 episódios inéditos e tem estreia prevista para o próximo dia 29 de agosto. A trama é produzida e dirigida por Alexandre Ottoni, o Jovem Nerd, e Deive Pazos, conhecido como Azaghal.
Em um bate-papo com a imprensa para divulgação do projeto, Selton afirma que se animou logo de cara justamente por ser um trabalho relacionado à voz. Para quem não sabe, o ator de 50 anos começou como dublador. “Entrei na dublagem com 12 anos de idade, era uma criança. Trabalhei ali até os 22. Foi um período muito rico da minha vida. Aprendi muito com grandes dubladores. E então trabalhar em algo que tem a voz como o principal forma de expressão já é uma coisa que me agrada. Achei tudo muito novo, muito interessante de experimentar”, destaca.
Barulhinho bom
Essa é a primeira vez que o Spofity produz uma áudio série totalmente brasileira. A obra conta com um recurso de áudio binaural (ou 3D), no qual o ouvinte pode ter uma experiência mais realista com fones de ouvido com som estéreo. “É algo novo não só para o público, mas para mim também. Quando vi pronto, fiquei impressionado. Tive a mesma sensação que as pessoas no geral terão. Estou encantado com o trabalho da Maíra Goes, que faz a Ângela e é dubladora da Dori (do filme “Procurando o Nemo”). Fiquei viajando porque ali tem altas cenas com ela que eu fiz sozinho, ela fez sozinha e eu nunca a vi na vida. Juntando tudo, com ambientações e trilha, ficou muito interessante, um trabalho muito novo”.
Um toque de humor
Nem só de suspense vive a trama. “A obra já estava muito bem pavimentada com o thriller, mas eu achava que o França poderia ser um pouco mais carismático, sabe? Para o público gostar dele, achar ele engraçado, o humor foi muito bem-vindo. Eu me pego rindo alto de coisas que acabamos colocando. Acabou que foi um ótimo elemento e caiu muito bem na série”.
Preparação? Muito pelo contrário
Selton conta ainda que, assim como aconteceu com seus outros trabalhos, ele não se preparou para dar vida ao detetive. Para ele, um certo despreparo é saudável. “A gente está vivendo, então quando pinta um trabalho a gente já estava se preparando. É claro: se você vai fazer um médico, é preciso saber como se mexe num bisturi, por exemplo, são coisas mais técnicas. A única coisa certa é que é preciso estar muito alinhado com os diretores, porque eles sim sabem os barulhos, a pegada, tudo está na mão deles. Aqui eu só imaginava. A coisa maior era confiar no meu trabalho e deu certo”, finaliza.