Regada de elogios, ‘Succession’ chega ao fim arrebatando todo o público de domingo para a HBO

Divulgação/HBOMax

Desde quando estreou, a HBO, um braço de produções da Warner Bros, nos proporciona finalizar os domingos com produções de grande maestria, como foi o caso recente de The White Lotus, Euphoria e The Last of Us. Isso sem contar as memoráveis Sopranos, Game Of Thrones, Six Feet Under e Oz, todas consideradas clássicas. Agora, a bola da vez é Succession, um belo acerto do canal.

A série escrita, dirigida e produzida por Jesse Armstrong, chegou ao seu final nesse domingo (28) e, sem surpresas, movimentou novamente a internet. Desde março, quando estreou a última temporada com episódios semanais, o drama da família Roy dominava o Twitter com as hashtags de seus personagens e dos atores que os representavam, criando uma fórmula de “succession“, literalmente, até a chegada do grande ápice na noite de ontem.

A produção iniciou modesta em números de público, lá em 2018, e passou despercebida até a chegada do HBOMax em 2020. Após a estreia do streaming nas Américas, a série teve uma grande busca e foi um dos carros chefe na divulgação maciça da plataforma.

Com enredo baseado no conto de Rei Lear, de Shakespeare, e com pitadas de um realismo referencial na família Murdoc, que eram os donos da 20th Century Fox, a trama gira em torno de Logan Roy (Brian Cox) e seus descendentes que estão em uma disputa intensa para liderar o maior conglomerado de mídias do mundo, tratado como um império, a Waystar Royco. O seu fundador e atual CEO é Logan, um homem que não tem limites para manter a empresa no topo, abdicando de ter uma vida mais tranquila perto da aposentaria mesmo já sendo bilionário, e aumentando a tensão dos problemas, nem sempre tradicionais, da família. A intensidade da relação dele com seus filhos é o maior atrativo e o grande diferencial para a atuação do elenco, que mostra a imensa gama de relações familiares disfuncionais.

Os herdeiros, ao mesmo tempo que são amados pelo pai, também são seus maiores adversários em certos arcos durante as temporadas. Kendall (Jeremy Strong), que é o filho mais velho do segundo casamento de Logan, é o que mais tem sede de poder e quer a todo custo o maior cargo para suceder seu pai. Com idas e vindas, talvez ele seja o que tem o relacionamento mais problemático da família.

Já Roman (Kieran Culkin) é o filho do meio e tem uma sagacidade nas palavras, apresentando um ar sarcástico e fazendo piadas que nem sempre são bem aceitas nos diálogos da série. Shiv (Sarah Snook) é a filha caçula. No começo ela parece ser a que tem o melhor relacionamento com o pai, porém, ao longo das temporadas mostra ter a mesma sede de poder que seu predecessor e seus irmãos, assim como seu marido, Tom(Matthew Macfayden), um personagem cheio de nuances que procura buscar uma saída para os problemas que acontecem e, talvez, seja o personagem mais palpável para o público se identificar em meio às reuniões em arranha-céus, apartamentos gigantes em Nova York, viagens de jatinho pelo mundo e um universo absurdamente regado a luxo.

A série é gravada em modo Reaction Shots, com sequências gravadas com câmeras pegando as reações dos atores em uma tomada só, o que valoriza a produção dando um tom de realismo intenso aliado às interpretações espetaculares dos atores que já foram agraciados com vários Emmy’s Awards. Há muitos burburinhos de que esse ano a produção vá levar todos os prêmios principais da premiação pela última temporada, especialmente por causa do terceiro episódio que já é considerado épico pelo público.

As quatro temporadas de Succession estão disponíveis no HBOMax. E, com a greve dos roteiristas, teremos mais tempo até que uma nova série nos faça terminar bem os domingos.

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