A autodeclarada “paraibaiana” Agnes Nunes, que nasceu na Bahia, mas se mudou para a Paraíba antes de completar seu primeiro ano de vida, tem uma longa lista de admiradores. No auge dos seus 19 anos, a cantora acumula mais de dois milhões e meio de seguidores só no Instagram. Para além das quantidades, seu sucesso também é acompanhado de perto por gente de muita qualidade. Quer um gostinho? Caetano Veloso, Elza Soares, Regina Casé, Lázaro Ramos e Chico César são alguns dos muitos artistas que já se declararam fã da menina.
Com uma voz potente e doce, Agnes conta que já passou por poucas e boas na vida. Por isso, hoje, dá muito valor a cada conquista: “Tudo que faço significa muito para mim, para minha família e para todas as pessoas que me viram crescer”. Descoberta e revelada como a nova voz da MPB, a artista, que antes pensava em ser historiadora, nunca nem considerou a possibilidade de ser cantora. “Foi só quando meus vídeos começaram a viralizar que entendi que essa poderia ser minha profissão, que poderia dar certo”, recorda.
Seu mais recente trabalho, o single “All Night Long” com o DJ Lucas Frota, escancara a necessidade que Agnes tem de fugir dos rótulos. “Foi um desafio. O convite partiu dele, mas foi uma música que a gente compôs junto. Logo de cara, bateu a química artística e foi incrível. É uma música muito bonita, uma coisa que nunca tinha feito antes, mas gosto de me ver em várias versões. Não quero me limitar a uma coisa só, sou uma fusão musical e gosto de cantar tudo: eletrônica, forró pé de serra, pop e MPB. Sou a música e ela não tem regra ou lei”, reflete.
No centro das atenções
“Aconteceu tudo muito rápido. Do nada, tinha inúmeras pessoas me mandando mensagens. É engraçado porque comecei tão sem pretensão, só me gravei cantando e decidi postar, como um hobby mesmo. E aí, do dia para a noite, tudo aconteceu. Caetano [Veloso] postou uma dedicatória para mim e fiquei chocada. Nunca imaginaria que ele, o cara que sou mais fã no mundo, publicaria algo sobre mim. Ainda é uma coisa muito mágica. Na live que fiz com Seu Jorge e Elza [em setembro do ano passado], não acreditava que estava ali. Passei por muita coisa, racismo e bullying, principalmente, nunca imaginei que um dia estaria vivendo isso e que as pessoas que eram más comigo me parabenizariam por ser quem sou. Isso me deixa muito orgulhosa. Mas, de uma forma geral, tento lidar com a vida pública da maneira mais leve possível. Está dando certo.”
Pandemia
“Olha, vou te dizer que dei uma surtada. Ficar em casa, olhando para quatro paredes é muito difícil. Como estava com mais tempo para pensar, tem horas que é tanta coisa passando pela cabeça, um monte de vozes, que fiquei doida. Tive o exercício diário de tentar me acalmar porque esse período que a gente passou, e ainda está passando, foi bizarro. Ao mesmo tempo, foi uma época de tranquilidade porque parei e pude olhar mais para dentro. Acho que a gente foi obrigado a desacelerar, como em um pouso forçado. Aprendi a respeitar meus processos e a me respeitar.”
“Dei uma surtada, fiquei doida.”
Agnes Nunes
Menina mulher
“Tem álbum vindo. Ele já está 95% pronto e agora estamos na produção da capa. É um projeto que está sendo feito há um ano e alguns bons meses. Então, literalmente, me acompanhou nesse período de pandemia e nesse momento que estava meio louca com tudo, presa em casa e sem inspiração para fazer música. Se chama ‘Menina Mulher’ e fala dessa fase que estou vivendo, dessa minha transição. Também fala muito de amor, porque sou uma pessoa muito apaixonada e que gosta de falar sobre o tema. Sobre estilo, diria que ele é uma nova MPB, acredito que é o que meu público quer escutar, bem calmo e gostoso. Espero que as pessoas gostem! Para esse projeto optei por não ter nenhum feat. Acho que já tenho tanta parceria que é interessante ter um álbum solo. A previsão é que ele saia entre o final de outubro e a metade de novembro. Estou doida para o lançamento.”
Haters gonna hate
“O que me pega mesmo é a maldade da internet com os outros, sabe? Às vezes, estou lá, rolando o feed, e vejo cada comentário bizarro. Os juízes da internet não dão moleza. Eu até recebo hate, mensagens dizendo que deveria usar aparelho para ‘ajeitar’ meus dentes ou que deveria cantar sem usar meu sotaque, mas no meu perfil esse tipo de ataque acontece no privado. Hoje em dia, estou nem aí para esses comentários. Não ligo e não me atinge mais, de verdade. Tento ser forte e, nos dias que não estou forte, finjo que sou. Por isso, quando tenho tempo livre, a primeira coisa que faço é desligar o celular. Tem dia que é difícil e não aguento a internet. Deus me livre! Nesses momentos, tento me desconectar um pouco e assistir a um filme, ler algum livro, estudar moda… Gosto de aprender músicas novas no piano ou me aventurar em um instrumento novo, violão, gaita, o que for.”
“Tento ser forte e nos dias que não estou forte, finjo que sou.”
Agnes Nunes
Vaidosa
“Hoje em dia, tenho um stylist que me ajuda muito. Passei a estudar moda e as histórias das marcas que gosto por mim mesma, é como um hobby. Moda, maquiagem, skincare e produtos para cabelo são coisas que sou ligada fortemente. Sou viciada! Se você for à minha casa, vai se assustar, porque para isso eu sou um pouco consumista. Gosto de hidratar meu cabelo três vezes por semana, porque como trabalho muito acabo expondo ele a altas temperaturas para fazer os penteados e isso desidrata bastante. Também gosto de fazer fitagem [técnica que define cacho por cacho], mas só quando estou com paciência, porque demora muito. Gosto de ficar me maquiando e conheço tudo quanto é marca. Na maquiagem, o produto que não pode faltar para mim é o blush. Com o corpo, também sou bem vaidosa. Antes, tinha preguiça de passar creme, mas hoje não tenho mais e sou bem cuidadosa. Gosto de malhar e de correr. Se bem que não estou malhando, não vou ser mentirosa. Mas correr, eu gosto. Caminhar também.”