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Pedro Sampaio

“Pe-dro Sam-pa-io”, aposto que você leu isso no compasso do bordão criado pelo músico. Aos 24 anos, Pedro do Espírito Santo Sampaio, mais conhecido como Pedro Sampaio, é um dos nomes mais citados nas pistas de dança, plataformas de streaming, rádios e em qualquer aparelho de som por conta da assinatura e dos hits “chicletes”. DJ, cantor, compositor e produtor musical, lança seu primeiro álbum de estúdio, “Chama Meu Nome” – sua marca registrada – com músicas autorais e parcerias de peso, como Anitta, Luísa Sonza, Zé Vaqueiro, entre outros.

“Me divirto criando e isso é o principal. Para mim, a música é identificação, se eu gostar da batida ou da composição que estou fazendo, já penso em quantas milhões de pessoas vão curtir também. Vou neste caminho, o de bater no meu corpo e sentir vontade de dançar ou cantar.”

Pedro Sampaio

Em conversa exclusiva com GLMRM, Pedro relembra início de sua carreira, a ajuda que recebeu do DJ Dennis, como foi o processo de construção do álbum novo, vida fora dos palcos, a dança como expressão corporal e machismo na música.

Tantã, repique e pandeiro

Antes dos milhões de views espalhados pelas principais plataformas de streamings, a paixão pelas batidas começou com um balde. “Sempre gostei muito de música em geral. Meu pai sempre mostrava as canções da época dele e eu ouvia muito pagode, samba e rap. Com isso, comecei a aprender a tocar tantã, pandeiro e repique batendo em um balde. Como DJ encontrei uma forma de brincar com todos esses instrumentos em um local só”, afirma ele, que gosta de ouvir Zeca Pagodinho e Fundo de Quintal.

Segundo o carioca, qualquer pessoa que vai ao seu show é “impactada por diferentes ritmos tocados de forma frenética”. “Vou do axé para música eletrônica em um piscar de olhos e isso formou uma personalidade artística muito forte. Quem vai no meu show entende que ele é assim porque o brasileiro é isso, essa mistura”, comenta.

Foto: Divulgação/Rodolfo Magalhães

Apadrinhado

Ao perceber sua paixão, Pedro começou a tocar em festas e na escola, mas quis se diferenciar fazendo vídeos na internet: “Meus vídeos começaram a viralizar quando entrei para o time do DJ Dennis, pois ali tive mais contato com o estúdio e a produção. Foi uma oportunidade incrível na minha formação como artista, Dennis me deixou livre para experimentar, inclusive testar minha voz cantada, algo que nunca imaginei. Viver tudo isso me deu asas”, explica o DJ.

“Pe-dro Sam-pa-io”

Para criar uma conexão maior com o público nos shows, Pedro criou o bordão com seu nome: “Queria criar momentos novos para o meu show. Chamei um amigo, o MC Jefinho e pedi algumas vozes para ele, o que é comum no funk, e que queria algo para a galera dançar e se divertir. Entre as milhares de opções que ele mandou, tinham essas: “chama meu nome”, “vai começar, vai começar” e o “Pe-dro Sam-pa-io”, que foi muito bom”, relembra.

A “brincadeira” que era para ficar apenas nas apresentações do DJ ganhou outra dimensão depois do sucesso da música “Aquecimento do Pedro Sampaio” e virou sua assinatura.

Há duas versões dessa assinatura, a segunda com Miguelzinho. “Essa versão é feita pelo filho da moça que trabalha lá em casa. Na época da gravação, ele tinha uns 10 anos e estava passando as férias lá em casa, porque sua mãe não tinha onde deixar ele. Trocando uma ideia, notei a voz dele, rouquinha, carioca. Até que brincando no estúdio, consegui captar de primeira o ‘Pe-dro Sam-pa-io’ dele. Comecei a usar essa versão também porque acho que as crianças também se identificam pelo timbre de voz.”

Chama meu nome

Depois de diversos singles, Pedro acaba de lançar seu primeiro álbum de estúdio, “Chama Meu Nome”, criado em um cenário diferenciado: “Senti que estava na hora de gravar por também amar a parte conceitual e visual. Grande parte do processo de criação das músicas foi feita em uma casa especial no Rio de Janeiro. Todo dia recebia um convidado (artista, compositor, músico) que admiro. Foi um momento muito rico, inspirador e não senti nenhuma pressão, tanto que em 15 dias fiz 13, 12 músicas e finalizei o álbum.”

“Já montei os meus equipamentos em locais diferentes para me inspirar, como uma cachoeira. Por mais que a música não tenha nada a ver com aquela natureza, o público percebe essa energia.”

Pedro Sampaio
Foto: Divulgação/Rodolfo Magalhães

Rebolado

“Tenho me interessado muito pela dança. Tenho me jogado em ensaiar coreografia, pesquisar e buscar referências. No lançamento de “Atenção” e “Galopa” me virei mais para a dança porque a minha música é isso. Percebi que no Brasil, o mercado de cantores e artistas masculinos não tem muita dança, é mais feminino. Pensei que podia fazer isso, que só precisava me jogar, acreditar que vou conseguir fazer, então estou cada vez mais dançando nos meus shows”, entrega.

Pedro ainda dá a letra sobre a sociedade machista e preconceituosa que também faz parte do mercado musical: “Tem muita coisa para ser desconstruída e construída, mas se eu olhar para isso, não saio do lugar. O Léo Santana é um dos únicos artistas que dançam. No pop e no funk quase não tem”, explica.

Um dos meios que mais propaga suas canções é o TikTok, em que ostenta 4,4 milhões de seguidores, e o DJ fala sobre a falta de entrega do meio artístico para o “rebolado”: “É um absurdo os artistas brasileiros masculinos não entenderem a dança como mais uma forma de se expressarem e abrilhantarem ainda mais a sua obra”, e ainda explica sua atuação na rede social: “Minha música caiu como uma luva lá, não faço pensando nisso, mas é uma consequência muito boa.”

Foto: Divulgação/Rodolfo Magalhães

Plágio ou inspiração?

Antes do lançamento do disco, o carioca foi acusado de plagiar o visual do último álbum de Lil Nas X, que viralizou com a canção “Old Town Road“. “Para mim, ele é o herói de uma geração e tem muito para mostrar para o mundo. O público ainda vai descobrir muita coisa sobre mim que vem dele. Inevitavelmente, nós como artistas buscamos inspiração, ouvimos outros artistas. Quando falam sobre plágio entendo a galera que pensa assim, mas não levo a mal, fico até feliz”, diz ele, que também cita o colombiano J Balvin como inspiração.

Pedro além do Sampaio

“Para o Sampaio existir, existe o Pedro, que apanhou muito na construção do Pedro Sampaio, que não tem idade, sexo. O Sampaio é uma entidade para o Pedro, que desde sempre foi muito sonhador, que vai atrás do que acredita e que ama a família e os amigos dele”, é assim que ele se define na vida pessoal. “Nunca fui de sair muito, sou reservado. Gosto de estar com pessoas que me inspiram e que me abastecem energeticamente. Acredito que toda essa energia e cuidado que o Pedro toma é uma parte gigantesca do Pedro Sampaio. Se o Pedro não fosse responsável, profissional, trabalhador, criativo, o Pedro Sampaio não seria metade do que ele é hoje.”

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