Ontem (16/09), aconteceu na Livraria Argumento do Leblon o lançamento do documentário O Leblon de Manoel Carlos, dirigido pela filha do autor, Júlia Almeida. Júlia acaba de assumir a gestão da produtora Boa Palavra e lança hoje o seu primeiro documentário.
O documentário O Leblon de Manoel Carlos é um projeto concebido para preservar e eternizar o legado criativo de Manoel Carlos, sendo uma homenagem à imensa contribuição dele para a cultura brasileira. A obra busca perpetuar sua influência tanto entre os fãs quanto para as gerações futuras.
“O legado de meu pai permanece vivo não apenas nas ruas do Leblon, mas também nas histórias que ele eternizou”, reflete Júlia, que recebeu familiares e amigos para celebrar a série documental composta por oito episódios, com estreia no YouTube a partir do dia 17/09.
GLMRM bateu um papo com Júlia Almeida sobre o processo criativo, as inspirações por trás do documentário O Leblon de Manoel Carlos e a relação entre o bairro e a obra de seu pai.
O que a motivou a produzir O Leblon de Manoel Carlos?
O público sempre me pergunta como Manoel Carlos criava. O que alimentava esse criador tão amado? O Leblon, com certeza, é uma grande parte da construção do universo de meu pai, que foi o primeiro autor de teledramaturgia brasileira a mudar a percepção de um bairro. Achei que seria um ótimo ponto de partida.
Como foi o processo de criação e pesquisa para o documentário?
Foi muito tranquilo. Toda a equipe estava em sintonia, e isso é essencial. Desde o início, expliquei que estávamos lidando com um criador, um artista. Manoel Carlos foi muito mais do que apenas um escritor de novelas.
Quais aspectos da obra de seu pai você considerou mais importantes para destacar no documentário?
Como ele utilizava o cotidiano para criar e o dom que tinha em dar voz àqueles com quem tinha uma relação pessoal e profissional.
Como você enxerga a relação entre o bairro do Leblon e a obra do seu pai?
Meu pai escolheu o Leblon como personagem de suas novelas e crônicas. O bairro sempre foi pulsante em suas obras, e é assim que o enxergo. Por isso, o título O Leblon de Manoel Carlos.
O que esse local simboliza para você pessoalmente?
Minha infância e bons momentos. O cheiro da minha mãe e as caminhadas de mãos dadas com meu pai.
O que você espera que o público sinta ou aprenda ao assistir ao documentário?
Espero que o público se sinta mais próximo de Manoel Carlos, que veja o quanto ele trabalhou e sempre usou sua criatividade para o bem.
De que maneira você acredita que sua experiência como atriz contribuiu para sua atuação como diretora e produtora?
Nasci vendo todos ao meu redor trabalhando com isso. Esse ambiente é normal para mim e acabou me ajudando muito. Faz parte da minha vida.
Como você vê o papel da Boa Palavra no cenário atual da televisão e do cinema brasileiro?
A produtora está crescendo de forma gradual e saudável.
O Leblon de Manoel Carlos é uma obra concebida para preservar e eternizar o legado criativo do autor. Mapeando os símbolos que constituem o universo de Manoel Carlos, o Leblon surge como o pano de fundo central, onde grande parte de suas histórias se conectam. Observando os detalhes do cotidiano, Manoel incorporava essas experiências em suas obras televisivas e literárias, transformando o bairro em um laboratório de pesquisa.
Produzido pela Boa Palavra e dirigido por Júlia Almeida, filha do autor, o documentário é uma homenagem à imensa contribuição de Manoel Carlos à cultura brasileira. Seu legado permanece vivo no imaginário dos telespectadores, nas ruas do Leblon e nas histórias que ele eternizou.
Com participações especiais de Vera Fischer, Julia Lemmertz, Ângela Chaves, Rogério Gomes, Jayme Monjardim e Marcos Gasparian, O Leblon de Manoel Carlos estreia no YouTube em 17/09, com oito episódios.
Fotos: Bruno Ryfer