Em 2016 o “The New York Times” publicou uma reportagem na qual fez uma previsão que dividiu opiniões: em um futuro distante, o rock’n’roll provavelmente será esquecido, e o pouco que se saberá sobre o gênero musical mais importante do século 20 terá como base apenas uma figura. Mas quem?
Listar os nomes que mais contribuíram para o rock ao longo dos anos é tarefa difícil, mas analisando bem dá pra dizer que alguns brilharam mais do que outros em determinadas épocas e isso de certa forma já os torna “imortais”. Nesse Dia Mundial do Rock, GLMRM lembra 10 momentos em que roqueiros famosos fizeram história. E olha que um deles é até brasileiro, hein?
1954 – Elvis Presley lança “That’s All Right Mama”
Para muitos, o ano de nascimento do rock é 1954, simplesmente porque foi nesse ano que Elvis Presley gravou “That’s All Right Mama” nos lendários estúdios Sun de Memphis, no estado americano do Tennessee. Descoberto aos 19 anos pelo produtor Sam Phillips, que há tempos buscava um “branco capaz de cantar como um negro”, o futuro rei do rock estourou nas rádios de lá e, posteriormente, no resto dos Estados Unidos, dando origem ao movimento musical como o conhecemos hoje.
1955 – Chuck Berry lança “Maybellene”
Se Elvis foi o pioneiro do rock, Chuch Berry popularizou dois dos componentes mais constantes nas músicas do gênero: os carros e as garotas. Assinada por Berry, a canção trata disso e ainda tem de quebra os arranjos que só ele fazia na guitarra. Muitos roqueiros buscaram inspiração no astro da música morto no ano passado, como os Beatles, Bod Dylan, os Rolling Stones, os Beach Boys e Bruce Springsteen.
1962 – Phil Spector inventa a “Wall of Sound”
Muito antes de ser condenado pelo assassinato da namorada, Spector – que atualmente cumpre prisão perpétua pelo crime de 2003 – foi um gênio musical. E a maior contribuição dele para o rock foi ter criado, em 1962, a “Wall of Sound”, uma forma de gravação pensada sob medida para soar bem nas rádios AM e os jukeboxes que faziam enorme sucesso na época. O produtor é creditado até hoje como a primeira pessoa que se preocupou em tornar o som da música pop em alo “épico”.
1964 – Os Beatles chegam à América
A essa altura, Paul McCartney, John Lennon, Ringo Starr e George Harrison já tinham conquistado a Europa. Mas eles só se tornaram fenômeno em fevereiro de 1964, quando se apresentaram no programa de Ed Sullivan, então o líder de audiência na TV dos Estados Unidos. Em poucas semanas, “I Wanna Hold Your Hand” saltava para o topo das paradas americanas, junto com outros quatro hits do quarteto. Nascia, assim, a beatlemania.
1965 – Os Rolling Stones lançam “(I Can’t Get No) Satisfaction”
Pete Townshend e seus colegas do The Who foram os maiores ícones da “juventude transviada” dos anos 1960. Mas foram os Stones, liderados por Mick Jagger e Keith Richards, que criaram o hit da turma, lançado em 1965 e até hoje considerado um dos hinos dos rebeldes sem causa. Poucas músicas nas últimas cinco décadas tiveram um impacto tão grande na sociedade, o que em parte explica porque a banda inglesa continua fazendo sucesso.
1969 – Jimi Hendrix toca o Hino Nacional dos EUA em Woodstock
O festival de música mais comentado de todos os tempos teve um momento dramático protagonizado por Hendrix. Foi em 1969, quando o roqueiro interpretou “The Star Spangled Banner” na guitarra e na frente de milhares de pessoas. Um escândalo! O protesto musical chegou a ser interpretado como um manifesto contra a Guerra do Vietnã, apesar de atualmente ser considerado um dos momentos mais icônicos do movimento “paz e amor”.
1972 – David Bowie cria Ziggy Stardust
Camaleônico, Bowie não somente fazia música boa como ainda interpretava muitos de seus singles na pele de personagens que criava apenas para isso. O mais famoso talvez seja Ziggy Stardust, que “nasceu” em 1972 e era andrógino e assumidamente gay. Nem precisa falar que sexualidade era assunto proibido naqueles tempos, mas o roqueiro inglês não ligava para isso. O álbum com o nome do alter ego mais famoso dele deu origem ao “glam rock”, e é considerado o melhor dos anos 1970.
1975 – Bob Marley e os The Wailers lançam “No Woman, No Cry”
Primeiro hit de Marley e dos integrantes da banda jamaicana que ele criou em 1962, “No Woman, No Cry” deu início ao reinado dele como um dos maiores representantes do rock nos anos 1970. Apesar de estar mais ligado ao reggae historicamente, Marley se tornou ícone global graças aos relacionamentos que mantinha com roqueiros, que sempre buscavam inspiração em novos sons e batidas. Em 1994, 13 anos depois de sua morte, ele foi incluído no Hall da Fama do Rock.
1984 – Bruce Springsteen lança “Born in the USA”
Frequentemente chamado de maior astro do rock vivo, Springsteen lançou sua música mais famosa em 1984. A letra fala de um veterano da Guerra do Vietnã que vive na linha de pobreza, e fez tanto sucesso que chegou a ser usada por Ronald Reagan em sua campanha pela reeleição à presidência dos Estados Unidos. Springsteen, que sempre se mostrou contra o status quo, não gostou nem um pouco disso e precisou de anos para superar o que ainda considera ser um de seus maiores traumas.
1982 – Em Brasília, nasce a Legião Urbana
Se nos EUA o rock teve seu pontapé inicial com Elvis, dá pra dizer que no Brasil um dos melhores momentos do gênero foi entre 1982 e 1996, quando os integrantes da Legião Urbana estiveram na ativa. Líder da banda, Renato Russo era o tipo de pessoa que causava nos palcos e fora deles. No que diz respeito ao trabalho de um dos maiores astros do rock brasileiro, basta citar clássicos como “Que País É Este” e “Geração Coca-Cola”. No auge, Russo e companhia chegaram a vender 250 mil discos por ano.