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Thelminha
Foto: Thiago Bruno

“Tenha um filho, plante uma árvore e escreva um livro”, é com essa frase e um sorriso aberto que Thelma Assis inicia a entrevista sobre o lançamento de “Querer, poder, vencer”, sua autobiografia. Em conversa exclusiva com GLMRM, Thelminha contou sobre o trabalho para a construção da obra e como foi revisitar as memórias da própria vida. “Certas vezes doloroso, outras engraçado”, confessou.

Além disso, a médica e apresentadora contou qual sonho ainda pretende realizar, falou sobre suas preocupações políticas – e não só eleitorais – e entregou, em primeira mão, que desfilará no Carnaval 2022: “Não ia falar nada, estava quietinha, mas já que você perguntou… [risos] Se Deus quiser teremos uma festa segura e Thelminha na avenida, só não posso dizer como nem onde”.

Divulgação

“Me senti fazendo uma análise”

Thelma Assis

“Com certeza muitas mulheres vão se enxergar nas minhas histórias”

Thelma Assis
Foto: Thiago Bruno

“Já passei por tanta coisa na minha vida que hater de internet não vai me amedrontar”

Thelma Assis
Foto: Thiago Bruno
  • Thelma, você já se formou em medicina, é bailarina, ganhou um dos maiores reality shows do mundo e publicou um livro. Tem algum sonho que ainda quer realizar?

  • O maior sonho que tenho agora é o de ser mãe. Por enquanto, estou totalmente voltada para o meu lado profissional, mas esse é com certeza o próximo da fila. Quem sabe em 2022?

  • Sempre quis escrever um livro?

  • Sempre, a intenção de escrever um livro, mas não sabia direito se seria sobre mim, sobre medicina ou algo relacionado ao meu trabalho. Mas, assim que saí do BBB fiz uma grande amizade com o Manoel Soares. A gente conversa muito, temos muita troca no ambiente profissional e ele achou que a minha história tinha que estar em um livro desde agora. Eu falava que para escrever uma biografia teria que ter mais experiência, só daqui uns anos, mas ele me mostrou que não, a minha história já servia de inspiração para as mulheres brasileiras.

  • Como foi selecionar as histórias que deveriam estar registradas no livro e as que teriam que esperar uma segunda oportunidade?

  • A gente conseguiu colocar bastante coisa e trazer riqueza aos detalhes. Fiz questão de colocar os pontos mais impactantes da minha vida, os dolorosos, inclusive para revisitar. Me senti fazendo análise, uma retrospectiva e voltando em lugares que eu tinha deixado quietinhos. Tudo isso para poder atingir o objetivo de impactar as pessoas com a minha história. Trouxe desde a minha infância até minha vida como sambista, o Carnaval, a faculdade, minha trajetória na medicina, que não foi fácil, a única médica preta da minha turma de 100 pessoas. O processo do livro demorou muito tempo, um ano e meio praticamente, mas acho que consegui contemplar toda a minha trajetória.

  • O prefácio do seu livro foi escrito por Taís Araújo e Manoel Soares. Foi uma escolha sua?

  • Sim, são duas pessoas que servem de referência para mim, que admiro tanto pessoalmente quanto profissionalmente e que me apoiaram muito depois que saí do BBB. Além disso, um homem preto e uma mulher preta, quis trazer essa representatividade para as pessoas que vão estar em contato com o meu livro.

  • Podemos esperar mais livros de Thelma Assis?

  • Eu amei escrever. Depois que vi o livro pronto na minha mão, me emocionei. É como se você se sentisse imortalizada ali. Amanhã ou depois, mesmo que eu não esteja aqui ele existirá, tanto que fiz uma dedicatória para os meus futuros filhos. Também acredito ser muito importante incentivar a leitura nos dias atuais e trazer representatividade para a vida das pessoas. Eu, por exemplo, cresci sem isso. Hoje temos mais chances de nos encontrar com a nossa ancestralidade e cruzar histórias. Com certeza muitas mulheres vão se enxergar nas minhas. Então, não sei qual seria o tema de um próximo livro, mas posso dizer que foi uma atividade muito prazerosa e espero que seja o primeiro de muitos.

  • Onde quer ver seu livro chegar?

  • Não tenho grandes pretensões. Se conseguir tocar uma pessoa que está desanimada, pensando em desistir de algum sonho e que ao ler meu livro mude de ideia e retome a energia para correr atrás do que deseja, já estou feliz. E aí de expectativa ou números, eu deixo para o universo. O que tiver que ser, vai ser. Claro que tenho uma lista de pessoas, celebridades e figuras públicas que gostaria de ver lendo meu livro. A Djamila Ribeiro, por exemplo, é uma dessas pessoas, uma escritora que admiro muito e vai receber meu livro.

  • Você sempre deixou seus posicionamentos muito claros, desde o BBB. Como lida com a resposta do público a isso?

  • Eu, particularmente, não vejo outra maneira que não me posicionar quando acontece alguma coisa que bate de frente com os meus princípios, com o que acredito. Isso é de extrema importância. Também acho bacana lidar com pessoas que às vezes gostam de mim, me admiram, mas pensam ao contrário e, através do meu posicionamento, conseguem refletir. Gosto quando levantam um ponto, um questionamento, uma discussão, uma crítica saudável. Porém, sempre tem o outro lado, dos que querem ofender, partem para a injúria ou a ofensa, mas elas não me atingem. Quando atinge, aciono judicialmente, que é o caso dos racistas.

  • Seu programa de entrevistas no YouTube, o “Triangulando”, teve convidados como Karol Conká e o ex-presidente Lula… Foi preciso coragem para realizá-lo? Como se preparou para isso?

  • Eu sempre fui muito politizada e me preocupo em exercer o meu papel de cidadã. Estamos em um momento extremamente polarizado e caminhando para as eleições de 2022. Infelizmente, o brasileiro tem o hábito de se preocupar com a eleição só nas vésperas, quando todos os políticos estão em campanha e quando parece que tudo que sai da boca deles é perfeito. Mas acredito que temos que questionar desde agora. Minha intenção é conversar com vários políticos que estejam abertos ao diálogo, assim como o Lula está. E não foi só eu quem conversei com ele, estava no papel de apresentadora, mas a gente tinha uma mulher trans, um homem preto, parcelas da nossa sociedade que precisam se sentir representadas dentro do nosso Congresso e do cenário político. Medo da repercussão é fichinha, já passei por tanta coisa na minha vida que hater não vai me amedrontar. E, pelo contrário, o resultado foi uma repercussão muito positiva. As pessoas  entenderam que a intenção não foi servir de palanque para político, mas de ambiente para discutir política. Sabe aquele ditado “Religião, futebol e política não se discute”? Futebol e religião eu até concordo, mas política não, porque o seu voto interfere na minha vida e o meu na sua.

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