Apresentações, espetáculos e um resgate à capital paulista da década de 1970 tudo em um só lugar. Um “parque de diversões para adultos”, como diz o slogan, incrementado com a mensagem “a casa de todas as casas é o corpo”. O Love Cabaret abre suas portas, a partir do dia 23, no centro de São Paulo, exatamente onde, por décadas, funcionou o icônico “inferninho” Love. Totalmente reformado, com estética excêntrica e maximalista, a novidade tem como objetivo abrir espaço para experiências artísticas que exploram o conceito sobre o corpo, desejo e fetiches.
Ao todo foram investidos cerca de R$ 5 milhões e Facundo Guerra, um dos três sócios dessa empreitada, junto com Caire Aoas e Lily Scott, garante que a casa é a própria surpresa. Todas as noites, de 5 a 7 apresentações vão explorar o melhor do pole dance, BDSM, voguing, burlesco, drag, performance musical, ASRM, entre outras práticas voltadas para o desejo e corpo. O mais legal é que a programação não será divulgada antecipadamente, justamente para surpreender o público.
“Acho que foi um projeto da pandemia. O Love tinha falido e entrado em leilão judicial. A gente também não queria que o Love desaparecesse, mas não fazia sentido resgatarmos qualquer coisa que fosse do projeto original. Repensamos o que um lugar voltado para o desejo deveria ser nos dias de hoje, com toda a sensibilidade e diversidade. Começamos a resgatar os cabarés da década de 60 e 70, e criamos essa proposta de cabaré pós-moderno”, conta Facundo.
Para ele, foi fundamental repensar todo o campo do desejo, que teve uma reviravolta durante a pandemia, como a popularização dos vibradores, que viraram produtos de bem-estar e saúde mental, bem como práticas como o pole dance que saiu do espaço de sexualização do corpo da mulher para se tornar uma prática esportiva.
“Estamos falando de um tempo de sexualidade positiva, diversidade de corpos, você não precisa mais ser magro para ser aceito. Então, por que não construir um lugar que dê voz à diversidade de corpos, de gênero, de sexualidade e de orientações?”, destaca o sócio.
De acordo com a sócia Lily Scott, haverá um pouco de tudo em todos os dias que a casa estiver aberta, no entanto, se a pessoa for na quarta-feira e voltar no sábado, a experiência será totalmente diferente. “Às vezes pode até ser a mesma temática, mas quem voltar encontrará uma estrutura diferente, outra trilha, outra iluminação, outra história”, ressalta ela.
Lily ainda destaca que a ideia é receber todas as pessoas, mas, ao mesmo tempo, não sabe se as pessoas estão preparadas para descobrir o novo. Já para Facundo, a ideia é criar uma memória em todo mundo que for lá: “A pessoa pode até não gostar, mas tenho certeza que ela nunca esquecerá da gente. É convencer as pessoas do que estamos fazendo”, enfatiza ele. “Estamos entendendo como costurar essa experiência por completo”, diz Lily.
Os sócios ainda afirmam que, como a casa é feita para todos, haverá ingressos disponíveis pela Ingresse, e mesmo se a pessoa não conseguir comprar antecipadamente, terá a oportunidade de ir até o Love Cabaret e entrar por ordem de chegada. A ideia é ter uma rotatividade de público. Além dos espetáculos, a casa também oferecerá um menu completo, com drinks e gastronomia diferenciada para completar a experiência de quem curte os espetáculos. Vale conhecer!