Isabelle Drummond em Novas Camadas

Isabelle Drummond é um dos rostos mais queridos e reconhecidos da televisão brasileira. Com apenas 8 anos, ela fez sua estreia na televisão, marcando o início de uma trajetória brilhante que já soma 24 anos de carreira. Desde então, Isabelle tem encantado o público com seu talento, carisma e versatilidade, transitando com facilidade entre papéis cômicos, dramáticos e personagens inesquecíveis na televisão.

Seu talento precoce ficou evidente com a icônica personagem Emília no “Sítio do Picapau Amarelo”, que a projetou nacionalmente. De lá para cá, Isabelle construiu uma carreira sólida, passando por produções de destaque como “Cheias de Charme”, “Caras e Bocas”, “Geração Brasil” e “Verão 90” e muitas outras. Agora, aos 30 anos, Isabelle não só reflete sobre o caminho percorrido, como também se prepara para novos desafios, incluindo projetos de produção e uma busca constante por papéis que ressoem com suas próprias evoluções pessoais e artísticas.

Em uma conversa exclusiva, Isabelle fala sobre sua jornada, suas reflexões ao chegar aos 30 anos, e o que podemos esperar de seus próximos passos.

Isabelle, você começou sua carreira muito jovem, são 24 anos de televisão e 13 novelas, além de filmes, séries e teatro. Como você enxerga sua evolução profissional ao longo desses anos e, há algo que você ache que ainda não fez na televisão e gostaria? 

Acho que foi um curso natural, eu sempre fui muito ligada a novelas e isso me atraiu. Telenovelas formaram nossa cultura e dou muito valor a isso, acredito muito na televisão brasileira. Em geral fiz pouco cinema e teatro, então acho que ainda quero experimentar nesse lugar, e séries, acho interessante a linguagem e pretendo experimentar também.

 

Crescer sob os holofotes pode ser desafiador. Como você lidou com a fama desde a infância até agora, e como isso impactou sua visão sobre a vida e o trabalho?

Eu aprendi a lidar com a exposição, a discrição foi uma maneira que acho que me ajudou a lidar também, para preservar o lado humano, a minha alma.

Chegar aos 30 anos é um marco significativo para muitas pessoas. Quais reflexões e aprendizados você traz consigo ao atingir essa idade? Houve alguma mudança de perspectiva sobre carreira, vida pessoal ou objetivos futuros?

Sim, super. Eu estou numa fase super reflexiva. Tenho refletido sobre quais causas quero abraçar, como desejo me posicionar como artista. A pauta da mulher é algo que me atravessa muito e pretendo explorar em meus projetos.

 

Sua carreira é marcada por personagens diversificados, desde papéis infantis até protagonistas em novelas. Como você escolhe seus papéis, e quais personagens mais ressoaram com você em termos de desenvolvimento pessoal e profissional?

Acho que os papeis me escolheram. Acredito muito também que quando leio me conecto ou não, alguns diálogos me fazem visualizar ou não… acho que as empreguetes marcaram muito, socialmente falando. Gosto de personagens que impactam o social e mexem com a alma do povo. Gosto de falar para todos, apesar de em alguns projetos eu precisar me experimentar em lugares mais segmentados, mais específicos.

 

Recentemente, você se aventurou no mundo da produção. O que te motivou a dar esse passo e como tem sido a experiência de estar por trás das câmeras? Você vê essa transição como um caminho que deseja explorar mais a fundo no futuro?

Estou me aventurando e aprendendo muito. Sempre fui apaixonada por contar histórias e agora estou encontrando o momento certo para isso. Gosto de participar da parte criativa e trocar com profissionais que admiro, o que tem me enriquecido como artista. Continuo atuando, mas estou explorando novas camadas nesse universo, quero sempre estar nesse lugar de aprendizado e crescimento, me movo muito com desafios.

A indústria do entretenimento mudou significativamente com o streaming e novas tecnologias. Como você vê essas transformações e como tem se adaptado a elas em sua carreira?

Adoro o impacto da tecnologia, a democratização que ela traz. Me descobri na fotografia através das mídias sociais, por exemplo. Também vi e descobri muito preconceito com o novo, até em mim mesma…e isso me fez amadurecer. Mas, apesar de possibilidades de expressões que a internet traz, acredito nas profissões e na vocação e, para mim, o artista vai sempre se mostrar, não dá para confundir. Artista é artista.

 

Como você lida com a internet?

Eu sou mais discreta, então durante um tempo, a internet do jeito que foi ficando não fazia tanto sentido para mim. Até que, finalmente, fui descobrindo meu caminho nela. A gente tem que se abrir para o novo, né? Eu quero, de alguma forma, mostrar para nova geração que já nasceu hiper conectada uma linguagem mais elaborada e enaltecer os artistas eu cresci admirando, mas que talvez eles não conheçam tanto. Por isso, o curta que vou lançar esse ano foi totalmente pensado para passar na internet.

A sua visibilidade te coloca em uma posição de influência. Como você enxerga sua responsabilidade como figura pública, e como você escolhe se posicionar em relação a causas sociais ou temas relevantes para a sociedade?

Acredito muito no exemplo. Mas sei que ninguém é perfeito, e a arte é minha forma de expressão, também estou muito ligada a projetos sociais e nunca vou deixar esse lugar. A ONG é um dos meus maiores sonhos também e estamos avançando, mas é um lugar de impacto a longo prazo, de trabalho de formiguinha mesmo. Quero abraçar também o direito da mulher de ser o que quiser ser, de sair da caixa. Eu passei por isso quando comecei a produzir. Eu preciso dedicar um tempo maior nos bastidores e para isso tenho que ter coragem. E então comecei a perceber questões como: “você não vai mais atuar?” ” Onde você está?” Olha, estou no mesmo lugar (risos). Só estou me permitindo essa mutação, sabe?

 

O que podemos esperar de Isabelle Drummond nos próximos anos? Você está trabalhando em algum projeto específico que possa compartilhar?

Uma atriz e produtora e, quem sabe, diretora. O tempo vai dizer. Tenho um longa, dois curtas para lançar. Esse ano eu lancei um curta e uma peça de teatro. Até então é isso que posso dizer, mas a vida é feita de surpresas, né?

 

Ao olhar para o futuro, como você gostaria de ser lembrado, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional? Qual legado você deseja deixar na indústria do entretenimento e na vida das pessoas que você acompanha?

Alguém que teve compaixão e foi verdadeira, retratou realidades e poesia também que mora acima da realidade. Alguém que através da arte e do social conseguiu transformar a vida das pessoas para sempre.

 

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