Festival Afrofuturismo reuniu cinco mil pessoas de 23 países

 

Consolidando a Bahia como capital da criatividade e da inovação na América Latina, a quinta edição do Festival Afrofuturismo reuniu cinco mil pessoas de 23 países e dez embaixadas africanas durante os dois dias de evento. Segundo Paulo Rogério Nunes, cofundador da Vale do Dendê, idealizadora do festival, a participação do público excedeu a expectativa da organização.

“Foi um sucesso e conseguimos definitivamente marcar o Festival Afrofuturismo no calendário brasileiro de eventos de inovação e já estamos muito animados para próximo ano”, celebra Rogério.

A Vila iFood, na Praça Tereza Batista, recebeu shows com os grupos mais tradicionais da cultura afro como o Cortejo Durban, promovido pela Casa de Gana – iniciativa da embaixada do país no Brasil -, Cortejo Afro, Aline Souza, A Mulherada, Udi, Ilê Ayê e Muzenza. E ainda teve talks com Manoel Soares, Barbara Carine, Angel Vasconcelos, Paullet Furacão, Tânia Tôko e Juci Cardoso, entre outros.

Os workshops, palestras e painéis ocuparam também diversos espaços históricos do Pelourinho, como a Casa Vale do Dendê, o Museu de Energia, o Museu Eugênio Teixeira, o Casarão Dezessete, a Faculdade de Medicina da Bahia e o Largo Quincas Berro D’Água, recebendo nomes nacionais e internacionais de peso. Entre eles, Yolanda Methvin, Mikal Anderson, Adah Parris, Gertrude Matshe, Ronnel Perry, Isa Isaac Silva, Felipe Guerra e Karen Santos. Yolanda Methvin, empreendedora social e fundadora da LithaFlora African Botanicals & Sourcing Foundation, conduziu uma dinâmica de virada de cadeiras para exemplificar uma conexão com o afrofuturo, na qual os participantes foram convidados a questionar o futuro, as relações com a natureza, a tecnologia e a equidade.

Adah Parris, uma das presenças mais esperadas, trouxe uma fala carregada de significados ao afirmar que o afrofuturismo é uma tecnologia de regeneração e falou sobre sua conexão com a Bahia:

“Estar em Salvador foi uma jornada muito sentimental. Entendi minha conexão ancestral com a Bahia, inclusive sobre traumas intergeracionais em termos de terra”, comentou a afrofuturista, que encerrou sua participação sensibilizando a plateia com a pergunta que dá título à sua palestra: “Que tipo de ancestral você quer ser?”

As palestras internacionais estão disponíveis no canal da Vale do Dendê no Youtube.

Olhando para o futuro, Paulo Rogério comenta ainda sobre a falta de investimento de marcas fora do eixo Rio-São Paulo. “A expectativa é que a gente consiga chamar a atenção das marcas. Nós já começamos a elaborar a proposta executiva para o próximo ano para que as marcas tenham esse material no início de 2024 e possam tomar decisões baseadas no sucesso da experiência de um evento que traz toda a regionalidade e ainda elementos da inovação e diversidade”, reflete.

O Festival Afrofuturismo é um evento organizado pela Vale do Dendê, uma aceleradora de startups com foco em diversidade, tem apoio da Casé Fala e patrocínio do iFood Brasil, Youtube, Salvador Capital Afro e Prefeitura de Salvador. O festival tem como objetivo promover o protagonismo negro na tecnologia e na cultura.

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