Em entrevista exclusiva, André Lamoglia fala de moda, novos passos na carreira e temporada final de “Elite”

A trama espanhola, que teve seu desfecho disponibilizado recentemente, mais uma vez liderou o ranking global entre os conteúdos mais assistidos da Netflix

O ano era 2022 quando o carioca André Lamoglia entrou em cena como protagonista da quinta temporada de “Elite“, ocupando um posto que o lançou ao estrelato internacional. Agora, dois anos depois, em 2024, ele fecha essa fase com chave de ouro, encerrando um ciclo expressivo e deixando uma impressão duradoura na produção original da Netflix que mais vezes foi renovada e que conquistou, também em sua última temporada, o topo do ranking global de conteúdos mais vistos da plataforma.

Ao desenrolar da narrativa, os fãs acompanharam de perto a história de Iván, marcada por percalços e surpresas, incluindo o relacionamento com Patrick (Manu Ríos), o assassinato de seu pai, Cruz (Carloto Cotta), e o mesmo destino que tomou a vida de seu novo interesse amoroso Joel (Fernando Lindez). André comenta:

Interpretar o Iván foi uma experiência impagável. Um personagem sensível, complexo, cativante, mas rodeado de tragédias em sua vida. Quanto sofrimento ele passou! Eu torcia muito por seu final feliz e viver no set sua jornada foi um desafio emocional e psicológico. Ele começou como alguém que, apesar de toda a confiança e carisma que mostrava, ainda estava desnorteado dentro de si, então, ao longo das temporadas, eu tive a oportunidade de explorar todas as camadas de suas inseguranças, seus amores, suas perdas, e, claro, seu crescimento pessoal. Para mim, o fim de ‘Elite’ não significa o fim de Iván; sinto que ele continua a viver, de alguma forma, no imaginário daqueles que abraçaram a produção. O fim da série já me deixou saudades no último dia de gravação mas, ao mesmo tempo, uma sensação muito positiva e empolgante de viver o que vem pela frente. Marca o início de um novo ciclo na minha carreira, cheio de boas possibilidades, eu estou ansioso para me desafiar de outras maneiras e em outros lugares e gêneros. Talvez justamente por, em Elite, ter atuado em uma trama que não tinha compromisso com a realidade, e que dava asas para a ficção, me vejo em breve fazendo um trabalho inspirado em fatos reais, tenho muita vontade de trilhar uma carreira diversificada e versátil, e é essa é a meta agora. Além de claro, seguir priorizando boas histórias e personagens!”.

Na última sequência de episódios, o que manteve o personagem de André ancorado durante toda a tempestade foi sua relação de companheirismo com Isadora, vivida por Valentina Zenere. A dinâmica entre os dois se tornou um dos pilares da trama, com a química entre os atores sendo crucial para a autenticidade dessa relação.

Mas essa conexão não surgiu do acaso. Lamoglia e Zenere compartilham uma amizade que começou anos antes, quando ambos participaram de “Juacas“, série da Disney que concorreu ao Emmy Internacional.

A Valentina é uma amiga e grande atriz, poder atuar ao seu lado novamente foi um presente. Nós nos conhecemos durante trabalhos na Disney e, desde então, mantivemos essa amizade. A confiança e carinho que construímos fora das câmeras com certeza ajudou nas nossas cenas como Iván e Isadora. Acho que essa é uma das razões pelas quais a relação entre eles foi tão bem recebida pelo público; havia uma base e construção muito real ali”, comenta o ator.

Não bastasse, o empenho de André em frente às câmeras abriu também portas para novas oportunidades por trás delas, e sua ascensão no mundo da moda é uma prova desse momento. Ele, que pelo segundo ano consecutivo marcou presença no evento de Alta Moda da Dolce & Gabbana, em Sardenha, na Itália, e que também já colaborou com marcas de renome como FendiPrada e Bvlgari, reflete sobre sua relação com a moda:

Com o tempo, eu descobri que a moda é também uma forma de expressão. No começo, eu via o ato de me vestir, como uma necessidade prática, algo apenas voltado à funcionalidade, mas eventualmente percebi que ela poderia ser muito mais do que isso. Ela traz confiança, autoestima, nos ajuda a imprimir o que queremos. É essencial também dentro do meu trabalho, a caracterização, por si só, já nos ajuda, por exemplo, a embarcar em uma determinada ambientação e época”.

Atualmente vivendo em Madri, na Espanha, Lamoglia abraçou o papel de cidadão global, mas sem nunca se desligar de suas raízes brasileiras. O ator mantém a mente aberta para a possibilidade de voltar ao Brasil e se reconectar com a cena artística local: “O Brasil tem uma riqueza cultural que é única e uma classe artística extremamente talentosa. Mesmo que muitas vezes não tenhamos a mesma abundância de recursos financeiros que os grandes oligopólios do entretenimento têm, isso não nos impede de criar obras incríveis. Temos a paixão que colocamos em tudo o que fazemos. Eu me sinto muito honrado por poder levar um pouco do Brasil para além das fronteiras”.

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