O Brasil, ainda sob a emoção de assistir ao sucesso, principalmente das mulheres, durante as Olimpíadas de Paris 2024, encerradas no domingo (11), já se prepara para os Jogos Paralímpicos na capital francesa. Além de acompanhar o desempenho de grandes nomes como Phelipe Rodrigues, pernambucano que detém o marco de maior medalhista paralímpico da história, os olhos em Paris também devem contemplar mais a cultura brasileira.
Na Casa Brasil Paralímpico, em Saint-Ouen-sur-Seine, um dos destaques será a Companhia Ballet de Cegos da Associação Fernanda Bianchini. Pioneira e única no mundo, a companhia transporta ao público uma série de apresentações que exemplificam a inclusão por meio da arte. Com apresentações programadas para os dias 30 e 31 de agosto, e 1, 2, 4, 5 e 7 de setembro, a companhia apresentará coreografias como “O Velho e a Flor”, “Samba” e “Tributo às Olimpíadas”. “Paris será mais um sonho realizado por esta companhia que aprendeu desde muito cedo a nunca desistir”, disse Fernanda Bianchini, fundadora da Associação. Segundo ela, as apresentações, que vão do balé clássico ao samba, são qualificadas com dedicação e amor, destacando o protagonismo dos bailarinos cegos.
Fundada em 1995, a Associação Fernanda Bianchini é reconhecida por sua contribuição significativa à inclusão social por meio da dança. A organização desafia preconceitos e promove a valorização das capacidades artísticas de pessoas com deficiência visual. “Hoje, nos nossos espetáculos, o que eu mais escute é: ‘Elas não enxergam? Onde está a deficiência?’. Quando a deficiência não é vista no palco e sim a bela arte, é a certeza de que alcançamos nossos objetivos. A A presença da companhia nas Paralimpíadas reflete essa trajetória de luta e conquista”, comentou Fernanda.
A Casa Brasil Paralímpico funcionará das 15h às 22h, oferecendo uma programação diversificada que inclui atrações, diversas apresentações e performances da Companhia Ballet de Cegos. “A participação da companhia nas Paralimpíadas é um marco para nós. Mostrar que a deficiência visual não é um impedimento para a arte e para a realização de sonhos é um dos nossos principais objetivos”, afirmou Bianchini, destacando que cada apresentação é uma mensagem de superação e inclusão.