Com o tema “É tudo nosso outra vez”, O Rock in Rio 2022 foi especial em vários aspectos e um deles foi o dia de encerramento, no domingo (11), 100% dedicado às mulheres e com uma programação fortíssima somente com artistas femininas. A DJ e produtora musical Mary Olivetti, que já participou duas vezes do festival, é claro, não poderia faltar nesta edição e abriu o Palco New Dance Order, dedicado à música eletrônica.
Filha do respeitável produtor Lincoln Olivetti, afilhada de Tim Maia e com 20 anos de carreira, Mary, além de colocar todo mundo para dançar no megafestival, também levou a sua família (marido e três filhos), mais amigos, para curtir o evento como se fosse uma festa íntima entre queridos. Ou seja, ela uniu as funções de DJ e mãe no mesmo local e isso fez com que sua apresentação fosse recebida com coraçõezinhos feitos com as mãos pelo público. As crianças, assim como a própria, se deliciaram com a experiência.
Ao GLMRM, Mary Olivetti fez um diário de bordo contando em primeira pessoa como foi esse dia tão gratificante para ela: desde quando acordou em sua casa ao momento em que desceu do palco com um sorriso no rosto de dever comprido. E tudo isso muito bem acompanhada. Confira:
6h – Macaquinhos e tucanos
Meu dia começou às 6 da manhã na minha casa no Rio de Janeiro, onde nasci e cresci: lugar onde abro as janelas e ouço, além de macaquinhos e tucanos, o Rock in Rio em alto e bom som.
Eu já havia organizado tudo no dia anterior para partirmos cedo para o hotel onde se concentram os artistas do festival, o Sheraton Niemeyer. Foram conosco três malas, uma de equipamentos e outras duas de roupas: metade delas para o hotel e outra metade de roupas reservadas para levarmos ao evento.
8h – Partiu hotel
Demos entrada no hotel à 8h. Eu, meu marido, Andrea, minha mãe, Claudia, e meus três filhos, Francesco, Luca e Gaia. A partir deste momento foi só curtição, pois as crianças estavam eufóricas. Tomamos café juntos e seguimos para a arrumação das crianças. Logo depois foram chegando minha irmã, Ana, minha VJ no show, meu cunhado, Bruno, e, por fim, meu irmão, Renan, fotógrafo oficial do evento.
12h – Almoço e make
Ao meio-dia pedimos almoço no quarto, o melhor bife com batatas fritas que poderíamos ter naquele momento de correria. O clima estava quente: imagina um quarto de hotel com toda essa trupe e mais três maquiadoras? Uma delas é minha grande amiga Carol, que me maquia pela terceira vez para o Rock in Rio. Ela me dá sorte.
Confesso que foi difícil me concentrar com tanta gente no mesmo lugar. Fica o reminder para da próxima vez dividir essa galera toda em dois quartos (risos nervosos).
13h30 – Todos pra van!
Nossa van estava marcada para sair às 13:30, e lá fomos nós com a companhia de minhas managers Priscila e Greice, e Jorge, o fotógrafo que completou o time para a nossa cobertura.
Cruzamos São Conrado e Barra e, enfim, chegamos ao evento às 14h. A chegada é um momento gostoso, principalmente para as crianças. Conhecer um camarim, descobrir as balinhas e chocolates, achar brindes pelo backstage e subir as escadas do palco ainda sem som. Tenho certeza de que este momento ficará registrado na cabecinha deles pra sempre.
15h – Photoshoot
Às 15h eu fui com o Jorge para fazer fotos pelos arredores; queria um cenário bem legal para servir de plano de fundo para o look exclusivo da Farm, um vestido de seda na cor pêssego com estrelas de paetê prateado bordadas especialmente para mim, seguindo à risca todas as minhas referências, como a Rita Lee, por exemplo (quem se lembra do look tule+estrelas da Rainha?).
Fotos feitas. Hora de passar no palco e dar aquele check no equipamento. As crianças, sem cerimônia nenhuma, subiram ao palco e desde esse momento não desceram mais. Já eram 15:40 e víamos uma pequena aglomeração de pessoas à frente do Palco New Dance Order aguardando o primeiro play.
16h – Mãos à obra
Espetei meus pendrives e pronto, hora do show! Um drink leve para descontrair e um retoque no gloss bem ali, agachada atrás do palco. Uma, duas, três músicas e, pronto, a gente relaxa e se deixa levar, parece que a gente já esteve ali algumas vezes e tudo se encaixa. É hora de se divertir.
Na minha frente estavam amigas, amigos e pessoas que eu não via havia anos. Uma delícia. Eu olhava para trás e via meus dois filhos pequenos pulando igual pipocas e me pedindo incansavelmente para tocarem junto comigo — eles estavam em casa!
17h – Crianças na cabine
Quando chegamos ao fim do set não me contive e chamei as crianças. Peguei Gaia, de 5 anos, no colo e pude ver os olhinhos dela brilharem enquanto processavam o que estava acontecendo ali na nossa frente. O ápice foi quando ela mandou coraçãozinho para a plateia que replicou com dezenas de coraçõezinhos de volta para ela. Que fofura! Luca, de 8, já estava mais à vontade, pois durante meu set inteiro dançou ao lado do DJ booth animando a galera para a mamãe. Francesco, de 16, passou meu set inteiro no front, curtindo seu primeiro festival. Um gato, babei!
Finalizei minha apresentação às 18h com a faixa “Cosmic Girl”, do Jamiroquai, remixada por David Morales enquanto minha irmã projetava direto da house mix um verdadeiro cenário cósmico completando com a frase “cosmic girl from another galaxy”, que deu match com meu vestidão estrelado.
18h30 – Abraços, água e pizza
Após o show, voltamos para o backstage para abraçar amigos, beber muita água, pedir pizza e descomprimir. Nada de celular, nada de internet, a regra era curtir o momento. Passeamos pelo evento inteiro (nossa, não foi fácil!) para os pequenos entenderem a grandeza do Rock in Rio. A van partiu de volta para casa em que nasci no Itanhangá, às 21h. A vovó Claudia voltou com os netos, enquanto eu e meu marido permanecemos mais um pouco para curtir o festival.
Prometemos aos amigos que ficaríamos no super-after, mas fomos vencidos pelo cansaço. Chamamos a van e chegamos ao hotel por volta das 2:30h (cedo, sim) com um sorriso no rosto de dever cumprido.
Foi incrível! Uma das experiências mais “360º” que tive. Todos os meus amores juntos: família, música e amigos. Vida longa ao Rock in Rio.