Por Luís Costa
“Esta peça é escrita na urgência dos acontecimentos políticos do Brasil no ano de 2021. Será filmada e encenada assim que for possível e reescrita assim
que for necessário.” Essas duas frases servem como prefácio para a peça “O Debate” (Cobogó, R$ 36), que dois dos mais importantes cineastas brasileiros, Guel Arraes e Jorge Furtado, lançam a menos de um ano das eleições presidenciais de 2022.
Em um roteiro de diálogos rápidos e cortantes, eles se propuseram a pensar os bastidores do último debate entre os dois candidatos que prometem polarizar
o próximo pleito: o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No terraço do prédio de uma tevê, os autores imaginam um diálogo entre dois jornalistas da emissora que exibirá o debate presidencial, entre cafés, cigarros,
política, relacionamentos, paixões e ideias.
Recém-separados depois de um casamento de 20 anos, Marcos e Paula tentam se adaptar às transformações de sua relação, do país e do mundo – ainda sob a ameaça da Covid-19, com uma cepa, a Sigma, entre as dez mais contagiosas. Em discussões acaloradas e ferinas, eles falam, ouvem, discordam, concordam, voltam a discordar, além de, diante da impossibilidade de isenção da imprensa, lidarem com o conflito de fazer jornalismo em tempos de desinformação, manipulação e notícias falsas.