Alice Braga exalta cinema nacional como solução para ‘colorir’ o país: ‘Estamos em um Brasil muito machucado’

Foto: Divulgação

Depois de um período fora do país focada na carreira internacional, Alice Braga retornou ao Brasil para lançar “Eduardo & Mônica”, filme dirigido por René Sampaio e protagonizado também por Gabriel Leone. A obra inspirada na música icônica de Renato Russo promete aquecer o coração dos telespectadores que retornam ao cinema depois da paralisação das atividades devido ao isolamento social.

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“Dá um quentinho no coração poder lançar projetos que a gente não conseguiu fazer antes por causa da pandemia. Por exemplo, esse filme. Poder voltar ao cinema e dar uma desconectada é uma das coisas que eu mais amo fazer”, entrega a atriz de 38 anos, que também está com saudades de ir a shows e ver Gilberto Gil ou Caetano Veloso.

Em conversa exclusiva com GLMRM, Alice fala sobre a pandemia, Brasil atual, retorno do cinema nacional, Paulo Gustavo, diferenças entre Mônica e Eduardo e relacionamentos atuais.

Coisas do coração

Segundo Alice, um dos elementos mais interessantes do filme é o aprendizado do casal que possui diferenças visíveis. “A Mônica aprende muito com ele [Eduardo], coisas mais profundas até do que ele aprende com ela. Já Eduardo passa a entender sobre arte e a vida, mas ele transforma em um lugar muito bonito de amadurecimento, generosidade e escuta. Não importa a idade, o que importa é o amor. O amor transforma”, diz ela, que está muito bem, obrigada nos relacionamentos pessoais. Alice namora Bianca Comparato há cerca de quatro anos.

Pensando nos tempos atuais, a atriz opina sobre como Eduardo e Mônica se conheceriam hoje em dia. “Acho que teria que ser uma festa mesmo ou em algum lugar assim. O Gabriel [Leone] falou uma coisa que é verdade, o algoritmo não ia botar eles pra se conhecer o Tinder, por exemplo. Os interesses dela com os interesses dele talvez não dariam conexão, né?”

“Roubando” um pedacinho de sua personagem, Alice acabou ficando com a moto usada por ela no filme, já que acabou aprendendo a pilotar para a realização da obra e pediu o veículo para a produção, que atendeu seu pedido. “Minha mãe está preocupada”, brincou.

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Visão do Brasil

Realizada com o trabalho, ela já imagina a reação do público. “Quero que as pessoas chorem, sorriam, saiam de lá querendo dançar aquelas músicas que tocam nas pistas de dança das festas do filme. Esse calorzinho no coração é o que eu mais espero. Que a gente possa fazer o público se reconectar e celebrar o cinema nacional. Espero que a família se junte, principalmente depois de um ano que a gente perdeu um grande ator, o Paulo Gustavo, e que possa celebrar o nosso cinema e nossa arte mais do que tudo”, diz ela sobre o filme que estreia dia 6 de janeiro em todo Brasil.

“A gente passou por uma pandemia muito mais grave do que deveria ter passado por conta da vacinação, desse governo… A gente está em um Brasil muito machucado e esse filme fala sobre sentimento, diferenças, aceitação e é uma história de amor”

Alice Braga

A atriz também ressalta que em certa passagem do filme, a polarização entre Mônica, filha de um ex-exilado, e o avô de Eduardo, um militar que odeia comunistas, vivido pelo ator Otávio Augusto, nos traz para a realidade. Critica ao governo, a artista comenta que assim como na obra, não saiu ilesa das diferenças políticas em sua própria casa. “Saí do grupo de família no WhatsApp”, entregou.

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Projetos e mais projetos

Entre milhões de projetos, ela desenvolve documentário sobre a Amazônia com o diretor Luiz Bolognesi, para “apontar o dedo sobre o que está acontecendo”. Neste ano, Alice poderá ser vista em três outros projetos: ‘Ivy’, de Danis Goulet, ‘Hypnotic’, de Robert Rodriguez (em que vai contracenar com Ben Afleck), e ‘Share’, de Ira Rosensweig.

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