Depois de dar vida a papéis icônicos nas novelas, Adriana Esteves, 51 anos, interpreta Clara Charf, viúva de Carlos Marighella (interpretado por Seu Jorge) no primeiro filme dirigido por Wagner Moura. “É do Glamurama? Pera, tenho que me arrumar”, disse a atriz antes de conversar com GLMRM no dia da pré-estreia de “Marighella”, em São Paulo.
Discreta com sua vida pessoal, a atriz falou sobre expor seus pensamentos ao participar do filme com viés político. “Tudo que eu penso, falo com o meu trabalho. Tenho a oportunidade de ser chamada para papéis que propiciam falar o que acredito e penso. Esse filme é muito o exemplo disso”, disse ela.
“Espero que todos que assistam entendam o quão importante é estar ali, naquele filme, esse é o meu patriotismo”
Adriana Esteves na coletiva de imprensa de Marighella em São Paulo
História de família
Arno Brichta, pai de seu marido, Vladimir Brichta, foi preso pela ditadura. “Vlad sempre conta que foi feito na cela 7”, disse a artista durante a coletiva do filme. Por conta dessa conexão com a história, Adriana confessa que seu marido se envolveu muito no longa, sobretudo por ser amigo pessoal de Wagner Moura. “Ele [Vladmir] participou muito comigo, mas mais com o Wagner. Eles têm uma coisa muito bonita, invejável, que antes deles tomarem qualquer decisão, profissional e pessoal, eles batem uma bola. Eles têm esse grupo, olha que coisa linda, nunca tive curiosidade de entrar para fofocar (risos)”, entrega sobre as mensagens que os amigos trocam.
Low profile
Sem perfil nas redes sociais, Adriana justifica sua escolha de ficar ‘off’ do mundo digital. “Eu não tenho rede social porque não sou capaz de ter. Preciso fazer um trabalho, estudar, fazer análise para ter essa força, que ainda não tenho. Preciso de uma vida um pouco mais quietinha, tranquila. Tenho uma preocupação muito grande em me cuidar porque acho que as redes aumentam o lado narcisista. Não quero dar asas para esse meu lado. Talvez eu saiba que se cutucar pode aflorar de um jeito que posso não dar conta. É uma incapacidade. No momento, não ter rede social é uma escolha”, confessa.
No entanto, ela é adepta a grupos do WhatsApp. “Tenho alguns grupos, poucos, mais tenho. Um deles é com o Bruno Gagliasso, fizemos um trabalho juntos e o grupo permaneceu, não conseguimos nos largar. Nele, tem umas 10 pessoas e falamos sobre um assunto específico, um motivo só.”
“Curioso é que nas eleições, em que as pessoas brigavam, a gente não falava sobre política. Esse grupo é uma determinada alegria que temos. É um grupo de afeto, acolhedor”
Ariana Esteves, que optou por não revelar o tema do grupo em questão
Pensando no futuro do país, a atriz, mãe de Felipe Ricca e Vicente Brichta, tem boas expectativas na nova geração. “A gente tem muita esperança nos filhos que estamos criando. A gente se preocupa muito, mas temos um pensamento de esperança. O trabalho da educação ali é fundamental. Esperamos que venha deles [filhos] também caminhos melhores”, ressalta.