Olheiras: para cada tipo, um tratamento

Apesar de serem tratadas como uma entidade única, as olheiras têm diversos tipos – e muitas vezes podem ser mistas, combinando várias alterações pigmentares, vasculares e até a formação de bolsas.

Foto Freepik

Definitivamente, tatuar a área dos olhos, região que tem a pele mais fina do corpo, não é a melhor opção para tratar olheiras, uma alteração estética comum que, apesar de ser tratada como uma entidade única, pode apresentar diversos tipos, incluindo problemas estruturais na face, acúmulo de vasinhos e excesso de pigmento. “Pessoas que possuem pais com olheiras, por exemplo, têm mais chances de apresentar o problema durante a vida. Além disso, como a área dos olhos é a região mais fina e sensível do rosto, os maus hábitos também contribuem para o aparecimento dessas alterações, como alimentação desbalanceada e falta de hidratação cutânea”, explica o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr., membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Abaixo, consultamos especialistas para entender como é o tratamento para cada tipo de olheira:

Olheira pigmentar? Laser de picossegundos!

As olheiras pigmentares têm coloração acastanhada e são causadas pelo acúmulo de melanina na área dos olhos, que é o pigmento responsável pela coloração da pele. Além dos cremes clareadores específicos para a região, um sucesso em tratamento rápido é o laser de picossegundos, como o Pico Ultra 300 ou Quadri Pico. “Tanto o Pico Ultra 300 quanto o Quadri Pico são lasers ultrarrápidos que trabalham com pulsos em picosegundos, gerando um efeito mecânico capaz de causar uma microfragmentação da melanina, que é então eliminada pelo organismo. Como o equipamento trabalha por meio de reações fotoacústicas sem que haja conversão para um efeito fototérmico, é possível utilizar energias altíssimas para potencializar resultados, mas com desconforto reduzido”, explica o dermatologista Dr. Abdo Salomão.

 

Dr. Abdo Salomão

 

Olheira profunda? Estruturação da face!

O escurecimento da região, nesse caso, é visto pelo surgimento de uma profundidade abaixo do olho que confere ao rosto um aspecto cansado. Isso ocorre por uma desestruturação da face com redução do compartimento de gordura orbicular, por motivos como genética, emagrecimento excessivo ou envelhecimento, segundo a Dra. Cláudia Merlo, médica especializada em Dermatologia e Medicina Estética. Os cremes não ajudarão nessa situação! “Quando a causa é genética ou redução do compartimento de gordura, o preenchimento com ácido hialurônico é uma solução, pois é capaz de devolver volume à região, além de conferir hidratação”, diz a Dra. Cláudia Merlo. “Mas, no caso de olheiras profundas formadas pela desestruturação da face, é importante primeiro realizar todos os tratamentos para reposicionamento dos compartimentos da face antes de tratar as olheiras. Não é incomum que, após o tratamento das estruturas faciais, o preenchimento das olheiras não seja mais necessário. Caso essa avaliação seja negligenciada e o preenchimento da olheira seja feito primeiro, os resultados podem ser insatisfatórios, inclusive com surgimento de edema local e preenchimentos aparentes”, alerta a médica.

Dra Claudia Merlo

Olheira vascular? Cosméticos.

De coloração arroxeada ou azulada, são geralmente acompanhadas de inchaço na região dos olhos. Essas são as famosas olheiras do sono. “A principal causa desse tipo de olheira é o cansaço e o estresse. Então, para tratar as olheiras vasculares, a melhor estratégia é optar pela realização de drenagem manual ou pelo uso de cosméticos que ativam a circulação sanguínea”, destaca a Dra. Cláudia. Outra excelente opção para revitalizar o olhar nesses casos é a realização de procedimentos como o HydraFacial Perk Olhos. “A experiência HydraFacial Perk Olhos utiliza a exclusiva tecnologia roller-flex para remover gentilmente impurezas e células mortas da pele da área dos olhos através de sucção a vácuo, ao mesmo tempo em que nutre e hidrata a região com o Sérum HydraFacial Perk Olhos, assim iluminando, tonificando e revitalizando a pele dos olhos com resultados imediatos e duradouros na melhora das linhas finas, inchaço e olheiras”, explica a dermatologista Dra. Mônica Aribi, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

Dra Mônica Aribi

Olheira sanguínea? Laser para vasinhos.

Apesar de também apresentarem coloração azul-arroxeada, as olheiras sanguíneas, segundo a Dra. Cláudia Merlo, são causadas pela presença e acúmulo de vasinhos na região dos olhos. Elas necessitam de tratamento médico. Para eliminar esses vasinhos e, consequentemente, as olheiras, o uso de laser Nd Yag 1064 é uma excelente opção. “O laser Nd Yag 1064 é o que existe de mais específico para solucionar vasinhos no rosto, apresentando maior efetividade no tratamento. São realizados disparos de laser que agem no sangue dentro do vaso, queimando-o por dentro, o que leva ao seu fechamento. O tratamento apresenta bons resultados e tem grande nível de segurança, já que a dor é amenizada com uso de aparelhos resfriadores de pele”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

Dra Aline Lamaita

Bolsas? Ultrassom microfocado!

As bolsas se formam por conta da frouxidão do tecido muscular e da pele, o que leva a uma projeção das bolsas de gordura. Elas não se resolverão em casa. “Ou seja, formam-se as bolsas de gordura por causa da flacidez da musculatura e da pele, além da gordurinha que se desloca para a região”, explica o Dr. Abdo. Ele explica que o ultrassom microfocado Atria é importante nesse tipo de alteração, pois age em três camadas da pele que sofrem com o envelhecimento. “Através da aplicação do calor, o ultrassom microfocado alcança e diminui a gordura localizada nessa região. Além disso, agindo em outra profundidade, o ultrassom consegue alcançar a musculatura que afrouxa, deixando o músculo com melhor tônus, o que contém mais essa gordura abaixo dele”, explica a dermatologista. O ultrassom microfocado também atinge a pele, que fica com colágeno mais estimulado, reduzindo flacidez e rugas mais visíveis.

Olheira mista? Associação de técnicas!

E quando se junta tudo em uma coisa só? Pois é, a olheira mista é o tipo mais comum da alteração e acontece quando há a soma de diferentes tipos de olheiras. A melhor estratégia? Associar diferentes tratamentos de acordo com as necessidades do paciente. “Mas é fundamental consultar um médico especializado para que seja realizada uma avaliação das olheiras mistas e traçado um plano de tratamento para evitar sobreposições de tratamentos e efeitos indesejados”, finaliza a Dra. Cláudia Merlo.

FONTES:

DR. ABDO SALOMÃO JR: Doutor em Dermatologia pela USP (Universidade de São Paulo). É sócio Efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Membro da American Academy of Dermatology (AAD), Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia e do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia. Professor universitário, Dr. Abdo Salomão Jr. ministra aulas nos principais congressos nacionais da especialidade. Além disso, já deu aulas na Austrália, Itália e Coreia do Sul. É uma referência em conhecimento de lasers e tecnologias para fins dermatológicos e estéticos. Diretor da Clínica Dermatológica Abdo Salomão Junior. Instagram: @drabdosalomao

DRA. CLÁUDIA MERLO: Médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS. Diretora da Clínica Cláudia Merlo. Instagram: @dra.claudiamerlo

DRA. MÔNICA ARIBI: Dermatologista, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e International Fellow da Academia Americana de Dermatologia. A médica é mestra em Ciências da Saúde pelo IAMSPE, Membro Internacional da European Academy of Dermatology and Venereology e Coordenadora do Setor de Cosmiatria do Hospital Ipiranga. Precursora em Tecnologias Dermatológicas, também é palestrante nacional e internacional em vários congressos da área de Dermatologia e especialidades afins. CRM: 53.387 | RQE: 35.101. Instagram: @dramonicaaribi

DRA. ALINE LAMAITA: Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018). A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela SBACV e é autora do livro “Guia Descomplicado das Varizes”. Instagram: @draalinelamaita.

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