Hoje é o Dia Internacional da Luta contra a Endometriose

Entenda a relação da doença com a fertilidade feminina, doença inflamatória que dificulta desde a fertilização do óvulo até a implantação do embrião.

07 de abril é o Dia Internacional da Luta contra a Endometriose, uma doença severa que afeta a fertilidade feminina. “Ela é a principal causa de infertilidade na mulher. A doença é inflamatória e ocorre quando as células do endométrio, o tecido que reveste a parede interna do útero, em vez de serem eliminadas durante a menstruação, movimentam-se no sentido oposto, caindo no interior do abdômen e se implantam nos órgãos e tecidos internos. Ela se relaciona com a fertilidade, porque essas células se espalham pelo aparelho reprodutivo, dificultando desde a fertilização do óvulo até a implantação do embrião”, diz o Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita.

Dr. Fernando Prado

Foi o que aconteceu com a analista de planejamento e controle sênior Ana Carolina Duran, de 39 anos. “Comecei a tentar engravidar em janeiro de 2020. Em fevereiro, engravidei e perdi. Em junho do mesmo ano, engravidei novamente e perdi. Em setembro, comecei a ir nas clínicas de fertilização para investigar”, diz a analista. Na quarta visita, foi atendida pelo Dr. Fernando, quando foi empaticamente ouvida. “Diferentemente das clínicas anteriores, onde saí péssima do local (pois já me condenavam dado minha idade), o médico pediu um monte de exames, inclusive ultrassom com preparo intestinal; foi então que descobri a endometriose focal e profunda (antiga, mas ninguém nunca tinha visto)”, diz Ana Carolina.

Segundo o Ministério da Saúde, uma em cada 10 mulheres tem endometriose. É um universo grandioso no Brasil, de forma que quase 10,4 milhões de mulheres sofrem com o problema. No entanto, o número de mulheres com endometriose atualmente pode ser maior do que o relatado, pois, até hoje, os sintomas da doença são negligenciados, levando a um cenário de subdiagnóstico. “Estima-se que, dessas, de 3 a 5 milhões tenham infertilidade. A endometriose tem como principal sintoma dor pélvica intensa durante a menstruação, que geralmente não recebe atenção por ser confundida com cólicas menstruais. Isso faz com que o diagnóstico da condição seja realizado muito tardiamente, quando as mulheres encontram alguma dificuldade para engravidar”, explica o Dr. Fernando. “E mesmo aquelas que fazem tratamento de fertilidade, quando a endometriose não foi diagnosticada até o início do tratamento, isso resultou em mais ciclos de tentativas e mais dificuldade para ter um bebê”, acrescenta.

Segundo o Dr. Fernando, a doença não possui uma causa definida, mas está ligada a fatores genéticos e imunológicos. Em muitos casos, as mulheres podem esperar entre 4 e 11 anos antes de serem diagnosticadas com endometriose, e o diagnóstico tardio reduz as chances de sucesso dos tratamentos de fertilidade, que geralmente são realizados com a fertilização in vitro nesses casos. “O processo de fertilização in vitro consiste na coleta dos óvulos após indução medicamentosa da ovulação para que sejam fecundados em laboratório e, em seguida, implantados de volta no útero”, explica o médico. Foi o que ocorreu com Ana Carolina que, além da endometriose, teve outros dois diagnósticos: adenomiose e Anti-Mülleriano (AMH) baixo. O primeiro refere-se à presença das células do endométrio infiltradas no miométrio (músculo uterino), de forma que a gravidez é dificultada, pois após a fecundação do óvulo, o embrião viaja até o útero e precisa se fixar no endométrio para se desenvolver. “No caso da mulher com adenomiose, essa fixação pode ser prejudicada, uma vez que há partes estranhas de tecidos na parede uterina”, diz o Dr. Fernando. O hormônio Anti-Mülleriano é um indicativo da reserva ovariana. “Ter o AMH baixo não indica que a mulher não possa mais engravidar, somente significa que a quantidade de óvulos é pequena, e por esse motivo, se a mulher quiser filhos, ela deve procurar auxílio de seu médico o mais rápido possível”, explica o Dr. Fernando. “No meu caso, não foi necessário operar, mas precisava fazer fertilização in vitro. No primeiro ultrassom de acompanhamento dos folículos (pequenas estruturas que abrigam os óvulos), o Dr. Fernando visualizou seis folículos (3 de cada lado). Já no segundo ultrassom de acompanhamento de estimulação, os três folículos do lado esquerdo tinham parado de se desenvolver! Foi um xororô, fiquei arrasada e sem chão”, lembra Ana. “A clínica com todo profissionalismo e amor do mundo, conseguiu me acalmar. O Dr. Fernando e as meninas sempre diziam: ‘Carol, a gente só precisa de um embrião’. E assim foi. No dia da punção dos três folículos extraídos, somente dois estavam maduros”, diz ela. Desses, apenas um chegou ao estágio de blastocisto (embrião com 5 a 7 dias após a fecundação do óvulo) após a fecundação. No emaranhado de números e possibilidades improváveis, Ana engravidou: “Só sobrou um embrião e foi implantado e deu certo”, comemora. “Meu Caio tem saúde para dar e vender. Não teve nenhum problema decorrente da FIV”, conta. Caio agora está com um ano.

Há casos, no entanto, em que a operação é indicada, segundo o Dr. Fernando. “A cirurgia de endometriose deve ser realizada quando a mulher apresenta sintomas graves, que interfiram na sua qualidade de vida e quando o tratamento medicamentoso não surte efeito. Em casos de alterações no endométrio, ou no sistema reprodutivo, também recomendamos a cirurgia”, diz o Dr. Fernando. “Para pacientes que desejam engravidar e sofrem com a doença, o melhor é consultar um médico especialista em reprodução humana, que poderá indicar o melhor tratamento para cada caso de acordo com fatores como idade, histórico de saúde e qualidade dos óvulos”, finaliza.

FONTE: DR. FERNANDO PRADO – Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). Whatsapp Neo Vita: 11 5052-1000 / Instagram: @neovita.br / Youtube: Neo Vita – Reprodução Humana.

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