Embora as redes sociais estimulem a prática, ela pode não ser inofensiva para algumas pessoas, principalmente aquelas que têm pele seca e sensível. A frequência da esfoliação também deve ser um ponto a ser analisado
Basta pesquisar a palavra “esfoliar” no TikTok para encontrar uma explosão de dicas e truques vistos por milhões de pessoas sobre a melhor maneira de fazer a pele descamar, com o argumento de renovar as células. “A esfoliação remove o estrato córneo, retirando células mortas, detritos, restos de epitélio, sebo e resíduos que muitas vezes ficam mais aderidos à superfície cutânea. Por isso, o ideal é que esse processo seja realizado no outono e no inverno, pois a baixa incidência do sol ajuda a prevenir problemas que podem ser causados por essa renovação das células mais superficiais da pele. Além disso, o esfoliante ajuda a combater as agressões intensas causadas na pele pelo sol durante o verão. O esfoliante também torna a pele mais fina, macia e receptiva à hidratação, o que é muito importante no inverno, quando o tecido cutâneo tende a sofrer mais com ressecamento”, explica a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da American Academy of Dermatology. No entanto, nem todos os tipos de pele se beneficiam da esfoliação – e é necessário um olhar atento quanto à periodicidade e o uso de outros tipos de produto por aqueles que usam o esfoliante.
Segundo a Dra. Claudia, a pele seca não necessita de esfoliação. “O esfoliante também não deve ser usado em pele sensibilizada, no pós-procedimento e no mesmo dia de uso de ácidos para não irritar ou promover um processo de dermatite de contato com o próprio ácido”, destaca a médica. Já peles mais oleosas, hiperqueratinizadas, envelhecidas e que apresentam sujidades ou necessitam de uma limpeza mais profunda com ação de renovação celular se beneficiam da esfoliação, de acordo com a dermatologista.
Com relação à periodicidade, uma pele mais oleosa precisa ser esfoliada duas vezes por semana. Na pele normal, o processo deve ser feito uma vez por semana, no máximo, para fazer a remoção das células mortas. Se o processo for feito em excesso, pode danificar a barreira da pele. “Uma das funções da pele é de barreira, camada protetora do nosso corpo. Tecnicamente falando, essa camada protetora é chamada de estrato córneo, a camada mais externa da epiderme, que serve como um anteparo, evitando contaminações do meio externo com o interno. Mas muitos hábitos de vida, incluindo o uso de produtos inadequados, interferem na barreira da pele, enfraquecendo as células e sua coesão, o que nos torna mais suscetíveis”, explica a médica. O modo como a esfoliação é feita também pode causar danos à barreira da pele, com o aparecimento de feridas, dores e até cicatrizes. “Outra questão importante é não utilizar também esfoliantes indicados para o corpo no rosto, pois os esfoliantes corporais têm partículas maiores e veículos mais pesados, podendo tornar a pele da face avermelhada, sensível e mais oleosa”, diz a dermatologista.
O que você faz após a esfoliação também conta. “Nessa etapa, a hidratação do rosto é essencial, pois ao realizar o processo, ocorre uma remoção parcial da camada córnea e do manto hidrolipídico. Com isso, há uma perda da integridade da barreira cutânea, o que pode causar sensibilidade, irritação e efeito rebote com produção anormal de gorduras em resposta fisiológica à agressão sofrida. Portanto, deve-se sempre hidratar a pele com substâncias capazes de reter a molécula de água proporcionando, ao mesmo tempo, a ação de proteção e higroscopia. O veículo escolhido deve ser adequado ao tipo de pele, variando desde um leve sérum até um creme nutritivo de alto perfil lipídico”, destaca a Dra. Claudia Marçal.
Por fim, a médica lembra que os esfoliantes devem ser aplicados de preferência à noite, após a higienização da pele. “O produto deve ser massageado levemente com movimentos circulares. O esfoliante pode ser deixado na pele por dois a três minutos, principalmente se contar com ativos anti-idade ou anti-inflamatórios. Logo após, é necessário fazer a remoção desse esfoliante com água em temperatura ambiente. Assim que a pele for enxaguada, um hidratante adequado ao tipo de pele deve ser aplicado”, explica. “Os esfoliantes faciais, de modo geral, não devem conter substâncias abrasivas em excesso ou que arranhem a pele para não provocar microfissuras que desequilibrem a integridade da barreira cutânea e facilitem a proliferação de microrganismos causadores da perda da homeostase, levando a processos de dermatites e eczemas. O ideal então é que o esfoliante tenha partículas de pequeno ou médio tamanho, uniformes e de preferência de origem natural, como o rice exfoliator e as sementes de apricot”, destaca a Dra. Cláudia Marçal. “Esfoliantes mais grossos não devem ser usados no rosto. Mas quando o produto é formulado com ingredientes naturais em microesferas, como as de damasco e arroz, ele pode ser um complemento diário à higienização, removendo impurezas e células mortas e acelerando a renovação celular para tornar a pele nitidamente mais uniforme, limpa, macia, viçosa e luminosa. É o caso do Esfoliante Facial Tribeca, que se usado diariamente também tem a vantagem de aumentar a penetração dos cosméticos aplicados em seguida por remover as células mortas que atrapalham a absorção de produtos pela pele”, explica Ana Paula Kasher, diretora comercial da B.URB.
No caso de pacientes com pele seca ou sensível, uma opção é utilizar-se da hidrodermoabrasão, do Hydrafacial, apontado como uma inteligência artificial dos cuidados com a pele. O procedimento melhora o glow e a hidratação da pele, é indolor e não cutuca ou lesiona a pele. “A plataforma tem várias ponteiras, cada uma com uma característica diferente, e consegue fazer a remoção da sujidade e da oleosidade, inclusive de micropoluentes que ficam aderidos dentro dos poros e nem sempre conseguimos remover com a limpeza de pele manual. Também há a aplicação de beta-hidroxiácidos, como o ácido salicílico, e alfa-hidroxiácidos, como o ácido glicólico, para diminuir a espessura do estrato córneo, que é a primeira camada da pele, o que prepara a pele para receber o ‘drug-delivery’, que vai introduzir na pele, chegando em camadas mais profundas, peptídeos sinalizadores de colágeno, antioxidantes, clareadores e substâncias hidratantes. A experiência pode vir conjuntamente associada com a drenagem linfática, além do uso do LED, que vai promover uma ação específica anti-inflamatória e estímulo de ATP, energia das células”, finaliza a Dra. Claudia Marçal.
FONTE: DRA. CLAUDIA MARÇAL, Médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy Of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Possui especialização pela AMB e Continuing Medical Education na Harvard Medical School. É proprietária do Espaço Cariz, em Campinas – SP, speaker de laboratórios globais de dermocosméticos e de fabricantes de equipamentos. CRM: 78980 / RQE: 31829. Instagram: @draclaudiamarcal
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