Cremes noturnos, ácidos e até medicamentos orais podem aumentar risco de queimaduras solares

As queimaduras solares ocorrem em qualquer época do ano. Algumas substâncias indicadas para uso noturno, como o retinol ou ácido retinóico, podem sensibilizar a pele e merecem cuidado redobrado com fotoproteção; o mesmo problema pode ocorrer com uso de medicamentos orais

foto Freepik

A indicação do uso do ácido retinóico como o melhor produto anti-idade para rejuvenescer a pele vem ganhando a internet, mas a aplicação de cremes noturnos com essa e outras substâncias merece atenção especial. Não é raro que algumas pessoas reclamem de queimaduras e sensibilidade cutânea após a introdução desse tipo de creme no cuidado com a pele, segundo a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Além de produtos tópicos, medicamentos orais e injetáveis, além de frutas, também são fotossensibilizantes. “É bem sabido que a luz ultravioleta do sol pode causar estragos na pele. Mas a maioria das pessoas não percebe que alguns produtos e medicamentos comumente usados ​​podem nos tornar ainda mais suscetíveis a queimaduras solares e outras reações adversas. Antes de adotar qualquer cuidado noturno com ácidos, o paciente precisa ter o hábito de, pelo menos, usar o protetor solar diariamente. Esse uso diário torna-se fundamental até mesmo no tratamento medicamentoso de algumas doenças”, explica a dermatologista.

Sinais comuns de fotossensibilidade incluem erupções cutâneas, coceira, inflamação ou sintomas semelhantes a queimaduras solares e irritações na pele. Embora esses sintomas geralmente se resolvam sozinhos, a exposição à luz UV pode aumentar o risco de danos duradouros ou câncer de pele, segundo a médica. “Nossos hábitos diários e o ambiente podem nos tornar mais vulneráveis ​​aos raios nocivos do sol. Certos medicamentos – sejam eles orais, tópicos ou injetáveis ​​– contêm ingredientes que podem desencadear uma reação física quando a pele é exposta à luz UV. A gravidade da reação e a rapidez com que ela ocorre dependem da dosagem e da quantidade de tempo gasto ao ar livre”, explica a médica.

O perigo no rejuvenescimento caseiro

A popularidade das rotinas de cuidados com a pele disparou graças às mídias sociais. Além de novas substâncias, velhos conhecidos como o ácido retinóico começaram a ganhar mais palco na internet. “Nem todas as pessoas estão cientes de que o ácido retinóico é um medicamento tópico. Além dele, alguns cremes cosméticos também podem aumentar a fotossensibilidade. Ingredientes como o retinol, alfa e beta-hidroxiácidos e até mesmo esfoliantes físicos, todos se usados sem orientação, ​​podem deixar a pele mais sensível”, diz a médica. “O que ocorre é que esse poder esfoliante, seja químico no caso do ácido ou físico no caso de esfoliantes, ajuda a remover a camada superior de células mortas da pele para suavizar e iluminar a pele, mas isso danifica nossa barreira de proteção natural. Se não houver a limpeza da pele no dia seguinte, uma hidratação correta e o uso do fotoprotetor, esse dano na barreira facilitará a penetração da radiação UV na pele, o que pode causar inflamação nas células da pele”, comenta a Dra. Paola.

Embora muitas marcas de maquiagem agora incorporem protetor solar, a proteção eficaz geralmente requer uma quantidade maior de produto do que a maioria das pessoas usa. “A melhor opção para proteção solar é aplicar uma camada de protetor solar por baixo da maquiagem. Escolha um com fator de proteção solar (FPS) de pelo menos 30, aplicando uma camada generosa, para obter a melhor cobertura”, diz a dermatologista Dra. Paola.

Vermelhidão medicamentosa

Medicamentos para pressão arterial, como a hidroclorotiazida, representam um exemplo comum de como alguns remédios podem fotossensibilizar a pele. “Basicamente, o que acontece é que a radiação ultravioleta pode reagir com o medicamento que circula no sangue do paciente, convertendo esse medicamento em um subproduto químico que pode danificar diretamente as células da pele e causar queimaduras solares”, comenta a médica. “Alguns antibióticos, como ciprofloxacino e doxiciclina, que tratam uma grande variedade de infecções, podem funcionar da mesma maneira. O mais importante é que os pacientes estejam cientes dos efeitos colaterais dos medicamentos que estão tomando e fiquem atentos caso precisem tomar precauções extras por causa disso”, alerta a médica. No próprio campo da Dermatologia, a isotretinoína, o tratamento curativo para casos severos de acne, também pode aumentar a fotossensibilidade da pele. “Pacientes que usam esse medicamento costumam ter a orientação médica dermatológica de que precisam hidratar a pele e usar fotoprotetor diariamente para evitar um ressecamento excessivo e a fotossensibilidade por conta da diminuição das camadas do estrato córneo”, diz a Dra. Paola Pomerantzeff.

DRA PAOLA POMERANTZEFF

Por fim, a médica lembra que outro ponto de atenção é o manuseio de frutas cítricas na praia. “Em qualquer época do ano, frutas cítricas como limão e laranja, podem – após uma reação que acontece em exposição solar – causar fitofotodermatose. Esse tipo de reação pode causar erupções cutâneas com coceira, inchaço e bolhas cheias de líquido, que geralmente surgem um a dois dias após a exposição e duram dias. Essas lesões cutâneas podem ser irritantes e dolorosas, geralmente deixando listras escuras de descoloração onde o suco de limão entrou em contato com a pele e foi exposto ao sol”, alerta médica. “A maior e melhor dica para evitar queimaduras solares continua sendo o uso do fotoprotetor. Para obter o fator de proteção solar (FPS) descrito na rotulagem é necessário aplicar 2mg/cm2. De forma prática, pensando na face, essa medida equivale a uma colher de café cheia. Já no caso do corpo, o recomendado é aplicar uma colher de café no braço e antebraço direitos, uma colher no braço e antebraço esquerdos, duas colheres no torso (1 para a frente e 1 para as costas), duas colheres para a coxa e perna direitas (1 para a parte da frente e 1 para a parte de trás), e duas colheres para coxa e perna esquerdas (1 para a parte da frente e 1 para a parte de trás)”, orienta a médica. “Escolha um FPS 30 de amplo espectro, pois ele oferece proteção contra raios UVA e UVB, que podem causar câncer de pele. Além disso, use roupas de manga comprida e acessórios com fator de proteção ultravioleta (FPU) e evite a excessiva exposição solar direta. E, finalmente, tenha ainda mais atenção com o sol após o uso dos medicamentos tópicos e orais e o manuseio de frutas cítricas”, finaliza.

FONTE: DRA. PAOLA POMERANTZEFF: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em Dermatologia Clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, e participa periodicamente de Congressos, Jornadas e Simpósios nacionais e internacionais. Instagram: @drapaoladermatologista

Esse texto foi produzido pela Holding Comunicações, assessoria de imprensa especializada em saúde, beleza e bem-estar com 30 anos de experiência no setor.

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