Você já ouviu falar em superfoods? Em tradução livre, os superalimentos são um grupo especial que, além de nutrir, são funcionais e oferecem mais benefícios à saúde. De tempos em tempos, chega a vez de um dos participantes desta exclusiva lista ganhar os holofotes. Já se falou muito sobre cranberry, oleaginosas, semente de chia, cúrcuma e gengibre. Agora, o hit é a maca peruana.
Originalmente dos Andes do Peru, a maca é rica em aminoácidos, fibras e nutrientes, além de ter efeito antioxidante que ajuda no combate aos radicais livres. Segundo relatos, é usada há mais de dois mil anos pelo povo inca para aumento de vitalidade e disposição. Cultivada na Cordilheira Andina, a 3.000 metros de altitude, com condições únicas de temperatura e umidade da região que garantem todos seus benefícios. “É importante pensar que a planta não produz suas propriedades para nós, mas para ela mesma. Por isso, o ambiente interfere diretamente nos fitoquímicos que ela vai produzir”, explica Jéssica Carnieri, gerente de produtos da Holistix, marca e plataforma de bem-estar que tem a sua própria maca peruana.
Conhecida pelo poder energizante, entre suas propriedades estão redução de estresse e melhora da libido e fertilidade em homens e mulheres. “Costumo brincar que a mágica mora entre a sabedoria ancestral e a ciência moderna, porque muitas coisas que os povos antigos faziam são estudadas hoje em dia e entende-se o porquê”, comenta Jéssica. “Acredita-se que a maca possa favorecer o balanço hormonal, o que justificaria todos esses possíveis efeitos. Porém, vale ressaltar que ela é um alimento. Sendo assim, não deve ser utilizada como tratamento sem acompanhamento médico.”
“A maca peruana é só um alimento, não um tratamento.”
Jéssica Carnieri
Como e quem pode usar?
Saudável, prática e gostosa, a raiz de maca é um alimento versátil, de sabor adocicado com gosto e aroma que se assemelham a um caramelo queimado. Sua dose diária recomendada é de 1g (1 colher de café), não devendo ultrapassar 3g ao dia. Por ser um alimento de origens naturais, não existem grandes contraindicações a não ser para indivíduos que já fazem tratamentos de reposição hormonal, pois pode interferir com o equilíbrio hormonal. Também não é indicado o uso para mulheres grávidas, lactantes e crianças. Em caso de condições clínicas específicas pré-existentes, procure seu médico de confiança.
Para usá-la é fácil, basta misturar sua dose diária recomendada em iogurtes, massas de bolo ou panqueca, salpicar nas suas frutas preferidas ou misturar junto com os ingredientes do seu smoothie ou suco.
Libido e energia
“É importante frisar que a maca não é o viagra feminino. Ela, sozinha, não vai fazer muita coisa, até porque sabemos que a libido da mulher é uma composição de fatores. É necessário uma saúde física boa, bem-estar emocional, autoestima, autoconhecimento, ter relacionamentos saudáveis… Enfim, ela é o resultado de muitos mecanismos, inclusive de um balanço hormonal favorável. E é aqui que entra a fama da maca peruana”, diz Jéssica que acrescenta: “Mas ela não funciona como uma reposição hormonal, não é como se você estivesse ingerindo hormônios, porque o nosso corpo os produz naturalmente. Ela funciona como um ‘empurrãozinho nesse trabalho que nosso organismo já faz”.
Café, matcha ou maca?
“A maca tem, sim, uma propriedade energizante, mas não como o café ou o matcha, por exemplo. No caso do café, como a cafeína é muito parecida com um neurotransmissor chamado adenosina, nosso cérebro avisa que está cansado, mas nosso corpo não recebe a mensagem porque ela está ocupando o lugar dele. Já no caso do matcha, que também tem cafeína, ela está associada a uma outra molécula, a L-teanina, que faz com que a absorção da cafeína pelo nosso corpo seja mais lenta, o que evita os característicos picos de energia seguidos por uma queda brusca do café. Além disso, a L-teanina é uma substância relacionada ao relaxamento. O que é ótimo, afinal, estar ansioso é diferente de estar com energia, focado e produtivo”, explica Jéssica. “Já a maca não funciona nesse esquema de efeito imediato. Os povos andinos a chamam de ‘energético natural’, só que para isso ela precisa ser consumida ao longo do tempo e regularmente para resultados a longo prazo”.