Buk Jones, precursor do axé, fala sobre o futuro do ritmo baiano

Buk Jones no Expresso 2222, neste domingo|| Créditos: Paulo Freitas

De um lado, Carlinhos Brown e Durval Lelys no trio e, do outro, Buk Jones, da Gente Brasileira – antiga Banda Mel – na varanda elétrica do Expresso 2222, em Salvador, neste domingo. Juntos e misturados cantaram a música “Protesto Olodum”, também conhecida como “E Lá Vou Eu”. Segundo Buk, a música significa que “mesmo se as coisas não estão indo do jeito que a gente quer, temos que seguir em frente”. Seguindo essa linha, Buk respondeu ao Glamurama o que precisa melhorar no axé. Confira só.

Mude já

“O Carnaval [da Bahia] precisa voltar às suas origens.Tem que trabalhar em prol de artistas independentes e não só dos blocos de Carnaval. Eu quero ver o Luiz Caldas tocando entre um bloco e outro, por exemplo. Mais artistas tem que passar pelos circuitos de Carnaval em horário nobre, quando a imprensa está transmitindo tudo. Tem gente que sai só de madrugada e isso é um descaso. Mas essas mudanças têm que ser feitas paulatinamente.”

Sofrência

“Acho lindo o gênero, mas a questão é outra. O problema é que a indústria radiofônica não sabe lidar com um estilo de música que está ganhando fama. Ela dá muita atenção a um estilo só, o que é falta de amadurecimento. Precisa saber conviver com todos os gêneros. Isso é o pano de fundo.”

Legado

“Carlinhos Brown e Durval Leyls ajudaram a consagrar o axé. Temos que reconhecer a força que nós três demos a essa música, que hoje continua em evidência. Acabamos de cantar Protesto Olodum, que é antiga [foi lançada em 1988]. A minha voz está no subconsciente das pessoas e tenho muito a dizer ainda. A minha história só começou.”

(Por Manuela Almeida)

Carlinhos Brown e Durval Lelys|| Créditos: Paulo Freitas
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