Woody Allen é um dos diretores favoritos dos cinéfilos e nesta terça-feira completa 80 anos. Com o poder criativo de fazer um filme por ano, ele sempre ataca com roteiros inteligentes, com uma visão crítica e muitas vezes pessimista do mundo. Um de seus trunfos é o fato dos protagonistas de seus filmes terem um quê de Woody Allen, para não dizer que são a cara dele… “Manhattan” e “Noivo Neurótico Noiva Nervosa” são exemplos. Abaixo, cinco filmes com personagens “woodianos”.
“Tudo Pode Dar Certo” (2009)
O que acontece quando se junta em uma mesma produção duas das pessoas mais pessimistas do mundo? O filme “Tudo Pode Dar Certo”. O longa conta com o rabugento Larry David no papel principal: um homem de meia idade que acaba se casando com uma menina do sul dos Estados Unidos, simples e sem sofisticação. Só o fato de se casar com uma mulher muito mais nova já remete ao conturbado casamento do diretor com sua filha adotiva, Soon-Yi Previn. Mas o personagem ainda carrega outras características de Allen, como aquele sarcasmo que a gente tanto adora e que o mundo anda precisando.
“Magia ao Luar” (2014)
Em “Magia ao Luar”, Colin Firth vai ao sul da França provar que uma médium adolescente é uma farsa. A partir desse mote, o filme discute crença e fé, com o personagem de Firth sendo um grande cético de tudo que não pode ser explicado logicamente, assim como Allen é na vida real. Lembrando que o diretor se autodefine um “judeu-ateu”.
“A Era do Rádio” (1987)
Nascido em 1935, Allen passou a infância na chamada “Era de Ouro do Rádio”, época em que as emissoras dos EUA gozavam de enorme influência e dinheiro para armar grandes produções. Foi com o sentimento de nostalgia que o diretor fez o filme “A Era do Rádio”, que conta a história de memórias de um garoto judeu que viveu na época. Lembra alguém?
“Meia-Noite em Paris” (2011)
Woody Allen nunca escondeu admiração por gerações anteriores à sua, em especial pela Belle Époque. Em “Meia-Noite em Paris”, o diretor externa seus sentimentos em relação a essa geração com o personagem de Owen Wilson, que consegue voltar no tempo e conviver com Ernest Hemingway, Zelda e Scott Fitzgerald e Pablo Picasso, entre outros.
“Homem Irracional” (2015)
Crises existenciais são assunto recorrente nos filmes de Allen, justamente pelo diretor não conseguir olhar para o mundo com bons olhos. “O Homem Irracional” mostra a pior faceta de seu pessimismo com o personagem de Joaquim Phoenix, um professor de filosofia que vive questionando a própria existência e que encontra, com um crime, uma maneira de tentar justificar suas escolhas. Além disso, a frase que o personagem principal diz durante o filme resume muito o pensamento do diretor: “Filosofia é masturbação mental com palavras.” Woody Allen elevado à décima potência.