No dia 29 de novembro de 2013 São Paulo viu um incêndio consumir 90% do Auditório Simón Bolivar, que fica instalado dentro do complexo de prédios do Memorial da América Latina, inaugurado em 1989 com projeto de Oscar Niemeyer. Quatro anos depois chegou a hora de ver de perto o resultado da restauração que recuperou um dos palcos mais importantes da cidade, afinal, por lá aconteceram shows históricos, como o de Mercedes Sosa e Tom Jobim. O custo da reforma? R$ 41,4 milhões.
E o fato merece comemoração, claro! Uma festança está sendo armada para celebrar o fim da reforma e a reabertura do auditório ao público. O presidente do Memorial, Irineu Ferraz, entusiasta das artes e de olho na modernização do espaço, contou com a ajuda de Allex Colontonio, diretor de atividades culturais do Memorial, para colocar de pé o um grande show, que acontece no dia 16 deste mês e homenageará Elza Soares. “Poderia ser muito mais fácil contratarmos um show de carreira, paga-se o que pedem, cumprimos as exigências e pronto. Mas esse momento é tão único que preferimos desenhar um espetáculo que fosse muito além, como uma metáfora do renascimento do auditório”, entrega Allex.
O auditório foi todo refeito, inclusive a tapeçaria de 800 m² de Tomie Ohtake totalmente restaurada e que está concorrendo a um lugar no Guinness Book como a maior do mundo. Aos 87 anos, Elza Soares é uma das artistas mais importantes do país e reverenciada internacionalmente, e por isso ganhou um espetáculo sob medida. Batizado “Jazz & Divas: Uma homenagem a Elza Soares”, o show vai reunir a Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo, uma das mais premiadas do país, com um time plural de cantoras. “Convidamos cantoras para homenagear Elza, mas que tivessem de certa forma alguma relação com ela. Escolhemos um time com gêneros, estilos e níveis de projeção muito diferentes”, explica Allex. Quem são elas? Baby do Brasil, Sandra de Sá, Vânia Bastos, Rosana, Paula Lima, Liniker e As Bahias e a Cozinha Mineira.
“Podemos assegurar que os paulistanos e todos que aqui vierem receberão o novo Auditório Simón Bolívar, projetado por Oscar Niemeyer, mais moderno e equipado com todos os recursos de conforto e segurança”, afirma o presidente da Fundação, Irineu Ferraz. E completa: “O objetivo é contemplar balés, orquestras, óperas, teatros, shows e seminários. Vamos investir em diversas categorias de artes latino-americanas porque o auditório será um espaço multiuso”.
E essa noite ‘uau’ não pára por aí não… Vera Fischer será a mestre de cerimônias e tudo que acontecer no palco será transmitido ao vivo pela TV Cultura. “Sem essa preocupação de gêneros, haverá um divo, um dos afilhados artísticos da Elza, que prestará uma homenagem a ela: o rapper Emicida”, lembra o diretor. As cantoras irão se apresentar individualmente e no fim prestarão uma homenagem à Elza, que também irá soltar a voz – cantando sozinha e acompanhada, mas isso aí é surpresa. Promete! Glamurama vai, claro… (Por Matheus Evangelista)