“O [Stephan] Bodzin está em êxtase. Disse que é o melhor festival que ele já tocou na vida”, comentou o DJ Victor Ruiz para Renato Ratier em conversa no camarim logo após a sua apresentação. Os brasileiros se referiam à felicidade do DJ alemão de 48 anos que tinha acabado de se apresentar. E não é à toa, afinal o Warung Day Festival chega a sua quarta edição oferecendo um combo de sucesso aos amantes da música eletrônica: infraestrutura de excelência com cenário de tirar o fôlego em um dos cartões postais mais impressionantes de Curitiba – Pedreira Paulo Leminski -, 12 horas de música, alguns mimos VIPs como massagem com reflexologia e quick massagem relaxante e, o principal, um line up impecável com 21 dos melhores DJs da cena eletrônica nacional e internacional. O resultado é fruto do trabalho de uma equipe que respira o universo eletrônico e conhece a fundo o seu público fiel vindo do “Templo” original, o clube catarinense Warung, localizado na Praia Brava, em Itajaí.
A festa começou cedo e o line-up escolhido de acordo com os pedidos do público tem duas curiosidades: apenas 4 mulheres e uma forte presença alemã, já que o país é muito conhecidos por esse estilo musical. Entre as 4 DJs mulheres, a brasileira Anna, de 32 anos, com malas prontas para Tóquio: “A cena tem muito mais homens, então é natural que isso aconteça. Mas nós três e mais as meninas que estão na pista podem encorajar, aprender e estudar para, mais pra frente, termos mais mulheres e inspirar outras pessoas. Tem um pouco de preconceito como todo meio que é dominado pelos homem, mas vamos mudando isso aos poucos”, comenta Anna, que começou no clube do pai no interior de São Paulo, quando tinha 14 anos, depois de reclamar do DJ que estava com um set preguiçoso. No palco fixo da Pedreira, o maior da América Latina, o Pedreira Stage, a nigeriana de ascendência libanesa Nicole Moudaber também mostrou porque é fortíssima na cena eletrônica mundial com uma jornada musical de arrepiar para cerca de três mil pessoas.
E esse era o clima por lá: de arrepiar. Com acesso ao camarim ponto de encontro de todos os DJs, conseguimos presenciar concentração, ansiedade, êxtase e mais muitos sentimentos destes artistas antes e depois das apresentações. O argentino Hernán Cattáneo, que o diga. Na música, a rivalidade entre o país dele e o nosso não tem vez: “Todas as vezes que venho para o Brasil, os fãs fazem eu me sentir super bem-vindo. Eu vim pela primeira vez em 1998 para tocar em São Paulo e, desde então, venho pelos duas vezes por ano.” Nas redes sociais, o público pede mais e não se contenta com as 12 horas de música. Que tal duas vezes por ano? Glamurama topa mas, por enquanto, até 2018!