A artista Daniela Eorendjian Torrente abriu sua mais recente exposição individual, “Mar Revolto, Romã”, no espaço FONTE, em São Paulo. A mostra, que reúne trabalhos produzidos ao longo de sete anos, é um mergulho profundo na história e nas memórias familiares, com foco na construção de identidades das vítimas do Genocídio Armênio e seus descendentes. Neta de sobreviventes do genocídio, Daniela explora em suas obras a resiliência de mulheres que, ao fugir da tragédia e encontrar abrigo no Brasil, se tornaram guardiãs da memória e cultura armênia.
Com curadoria de Nino Cais e texto crítico de Cassiana de Haroutiounian, a exposição se desdobra em diversas mídias, incluindo fotografias, pinturas, costuras, instalações e vídeos. Cada peça reflete uma investigação sensível sobre o impacto do deslocamento forçado, especialmente na vida das mulheres armênias. A artista discute temas como a reorganização social, a construção de identidade, o preconceito e a fé religiosa, destacando o papel essencial que essas mulheres desempenham na preservação de suas raízes, mesmo em contextos de refúgio.
O olhar de Daniela se volta para a importância do feminino na família armênia, propondo uma reflexão sobre a interrupção da vida cotidiana e as consequências emocionais e culturais dessa ruptura. “Cresci ouvindo as histórias da guerra, como minha família fugiu, quem ficou para trás, como sobreviveram e se reuniram no Brasil. Essas histórias moldam minha obra e são um elo entre memórias reais e construídas”, comenta a artista.
A exposição permanece em cartaz até o dia 12 de outubro de 2024 e promete ser uma imersão poética nas complexidades da memória, identidade e resistência cultural.
Serviço
Exposição: “Mar Revolto, Romã”
Data: Até 12/10/2024, das 14h às 19h
Local: FONTE – Rua Mourato Coelho, 751
Mais informações: https://font-e.org