Caetano topa tudo na frente do espelho e está apostando agora no vermelho. Já Chico vai de tons mais sóbrios e não tira o pulôver de tricô. Mas se engana quem pensa que eles decidem tudo isso sozinhos: duas das vozes mais importantes da música popular brasileira têm a ajuda de personal stylists – e dos bons. Aqui, eles entregam um pouco do estilo e dos gostos dessa dupla na hora de subir ao palco. (Por Beatriz Manfredini para a Revista J.P de abril)
CHICO BUARQUE
De Niterói, Marcelo Pies, 54 anos, é figurinista e tem no currículo vários trabalhos na TV, no teatro e no cinema – entre os filmes estão Dias Melhores Virão (1989), de Cacá Diegues, e Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (1995), de Carla Camurati. Na música, criou o look de prestigiados cantores de MPB como Marina Lima, Adriana Calcanhotto, Djavan e Cássia Eller. Com Chico, ele começou em 2006, durante a turnê do disco Cariocas.
Dá muito pitaco? “Não é de falar muito não. A gente se encontra, ele me diz o que quer e eu interpreto.”
Que cor é proibida? “Nenhuma! Ele nunca me restringiu. Combinamos as cores das roupas com a direção de arte dos shows, então apostamos em tons mais sóbrios.”
Peça que ama usar? “Pulôver de tricô. Deixa ele elegante e ao mesmo tempo casual.”
O que não pode ter no look? “Um terno muito formal e careta. Não combina com ele.”
Topa tudo? “Topa! Sempre tento levar coisas que tenham a ver com a personalidade dele.”
Primeira palavra que fala ao se olhar no espelho? “É bem direto: ou ele fala gostei ou não gostei.”
Ele não combina com… “Regata. Nem consigo imaginar.”
Faz alguma coleção? “Ele realmente não liga muito pra roupa, então eu acho que não.”
Algum acessório? “Zero! Nenhum mesmo.”
Uma palavra para o estilo dele? “Elegante. Ele gosta de coisas sóbrias e elegantes. É muito discreto e tímido.”
Tem algum gosto peculiar? “Não. Ele tem uma pegada mais clássica, com toques de contemporâneo. Nunca fica muito formal, mas casual.”
CAETANO VELOSO
Felipe Veloso tem 47 anos e assina o visual de Caetano desde o lançamento do álbum Noites do Norte, em 2000. Dentista de formação, foi parar na moda porque tinha um jeito único de se vestir e hoje presta consultoria para marcas e editoriais, além de trabalhar com outros famosos, como Regina Casé. Amigo pessoal do cantor, ele declara: “Meu trabalho é muito mais uma curadoria. Levo peças e ideias. Não escolho nada para ele”.
Dá muito pitaco? “Totalmente. E eu adoro que dê. Tem que me falar o que acha, eu gosto do pitaco.”
Que cor é proibida? “Ele não tem restrição e ama azul. Mas agora começou a gostar de vermelho, amarelo, rosa…”
Peça que ama usar? “Sapato de enfiar o pé, nada com cadarço.”
O que não pode ter no look? “Com ele, não existe essa coisa ‘de jeito nenhum’.”
Topa tudo? “Qualquer coisa que tenha a ver com o temperamento dele, ele topa. Ele é desbravador. Adora mudanças.”
Primeira palavra que fala ao se olhar no espelho? “Ele não fala, mas gesticula. Coloca a roupa e fica ereto, se arruma e reproduz a postura que usa nos palcos.”
Ele não combina com… “Ele não se impõe limites. Não tem nada que não combine com ele.”
Faz alguma coleção? “Não, só compra quando precisa.”
algum Acessório? “Na vida pessoal ele sempre está com um relógio, a carteira e a chave de casa, mas sou eu que seguro tudo.”
Uma palavra para o estilo dele? “Body language. Ele tem presença corporal. Pode colocar qualquer coisa, que mesmo careta, ele transforma.”
Tem algum gosto peculiar? “Não. Acho que o mais incrível é ele estar aberto a todos os gostos. Ele gosta de se permitir.”